Hospital de campanha não é a solução, defende secretário da Saúde
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, voltou a dizer que a construção de um hospital de campanha não resolve a questão da necessidade de mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), um gargalo em meio à pandemia de coronavírus.
Em coletiva de imprensa feita por vídeo na terça-feira (16), ele disse que “construiu-se uma tese de que o Estado concentrou estratégia na compra de leitos privados” e de que “o Estado ficou refém da iniciativa privada”. Nésio refutou esse discurso.
“O total de leitos da rede privada de UTI disponíveis para Covid somam 108 adquiridos, representando 16,4% dos ofertados. No total de filantrópicos, são 20,55%. Nos hospitais da rede pública, temos 407 leitos disponíveis (dados de ontem à tarde) de UTI”, detalhou.
De acordo com Nésio, os leitos de enfermaria não representam um indicador de risco extremo no Estado, não sendo determinantes para a decisão de um “lockdown” (fechamento total).
“Esses leitos não contabilizam na decisão de fechar ou não a atividade social. Nesse sentido, os hospitais de campanha não representam solução alguma para a oferta de leitos de UTI, que são os leitos que, de fato, determinam a possibilidade de fechar num momento de vulnerabilidade”, afirmou.
Nésio justificou que é melhor ampliar a própria rede hospitalar do que construir um hospital de campanha, que é temporário.
“O Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, por exemplo, tinha 20 leitos de UTI. No pós-pandemia, terá 40. O Hospital Geral de Linhares tinha oito. Depois, vai para 28”, exemplificou.
O secretário disse que o governador Renato Casagrande vai anunciar mais leitos ainda nesta semana.
OCUPAÇÃO
Do total de leitos de UTI disponíveis no Estado, 82,57% estão ocupados, só restando, 114 vagas para pacientes graves no SUS. Na Grande Vitória, a ocupação está em 83,89%, restando apenas 77 unidades de UTI. Ao todo, são 540 pacientes de Covid internados em UTI e 508 em enfermarias no Estado.
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