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Coronavírus

Covid-19: Aposentado morre e filha faz homenagem a profissionais de saúde


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“Que Deus guarde a saúde de vocês, para vocês batalharem por outras vidas, assim como fizeram com a vida do meu pai”. A declaração, em meio a lágrimas, é da professora Hariely Alves, 28 anos, filha do
servidor público estadual aposentado José Vicente Pereira, 61 anos, vítima do novo coronavírus.

As palavras foram uma homenagem prestada por Hariely na tarde desta segunda-feira (20) aos profissionais de saúde e ex-colegas de trabalho do pai dela, que por mais de 25 anos atuou no Hospital Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha.

A caminho do cemitério, com o corpo do pai dentro do carro da funerária, a filha fez questão de parar na frente do hospital para agradecer a amizade e dedicação dos profissionais que atuam no local.

Imagem ilustrativa da imagem Covid-19: Aposentado morre e filha faz homenagem a profissionais de saúde
Servidor público aposentado José Vicente Pereira, 61 anos, vítima do novo coronavírus |  Foto: Acervo pessoal

Vicente morreu na tarde de domingo (19) no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, onde estava internado diagnosticado com Covid-19. Ele é a 34a vítima do novo coronavírus no Estado.

O servidor público morava em Itapuã, Vila Velha, e havia se aposentado há cerca de um ano. Passou boa parte da vida, mais de 25 anos, nos corredores do Hospital Antonio Bezerra de Faria, onde atuou como vigilante, motorista e, nos últimos anos, como chefe da segurança.

“Agradeço muito em nome da minha família pelo carinho e zelo que cada um de vocês tiveram com meu pai. Eu sei que aqui meu pai teve grandes amigos e isso nós vamos carregar pelo resto de nossas vidas”, declarou a professora na rua em frente ao hospital, dirigindo-se a dezenas de profissionais de saúde que foram para o lado de fora prestar a última homenagem a Vicente.

Sem velório, obedecendo às regras das autoridades de saúde, o corpo foi enterrado por volta das 16h30 no cemitério Parque da Paz, em Vila Velha. Vicente era casado, pai de três filhos e participava de uma igreja evangélica. A homenagem da filha foi filmada por um amigo do servidor público.

“Homem forte”

Hariely contou que o pai era um homem forte, com saúde e a única questão era alergia. “Meu pai fazia uns extras como pintor e, por isso, sempre teve alergia, bronquite... Mas ele tinha muita saúde, era um homem forte. A gente nunca imaginou que isso ia acontecer com ele”, declarou.

Segundo a professora, Vicente começou a se sentir mal na última quarta-feira (15) e foi à noite para o Hospital Antonio Bezerra de Faria. “Nós ficamos aguardando atendimento por mais de três horas e, cansado, meu pai preferiu voltar para casa. Ele estava com tosse, febre e dor no corpo, mas não pensamos que era coronavírus. A atendimento estava demorando demais e ele decidiu ir para casa”, contou.

No dia seguinte, o servidor aposentado retornou ao hospital e foi atendido. “Fizeram a coleta de exame para Covid e uma enfermeira mandou que ele fosse embora para casa. Meu pai chegou em casa com 40 graus de febre e aí começou o nosso desespero. A madrugada foi muito difícil porque ele estava com muita dificuldade para respirar”, relatou Hariely.

Na sexta-feira (17) à tarde, a professora levou o pai novamente ao mesmo hospital e o médico que o atendeu já deu um procedimento de urgência para o caso, inclusive solicitando transferência para o Hospital Jayme Santos Neves.

“Daí em diante não me deixaram mais ficar com meu pai porque é o protocolo de segurança para coronavírus. Ele ficou no Bezerra de Faria até o sábado pela manhã, quando já saiu entubado e foi levado para o Jayme”, disse.

Segundo a filha, no domingo pela manhã foi confirmado o diagnóstico de Covid-19 e o médico que conversou com um parente no hospital disse que Vicente continuava com dificuldade respiratória e não estava reagindo bem ao tratamento. Por volta de 19h30, o hospital ligou para a família dizendo que o paciente havia ido a óbito.

“A gente nunca imaginou que isso ia acontecer. Nós estávamos tomando todos os cuidados do isolamento. Tinha praticamente um mês que eu não visitava meus pais. Meu pai não saía de casa e, se precisasse, ia de carro e também de máscara para evitar contágio. O que aconteceu serve de alerta para as pessoas que estão achando que isso é brincadeira. Essa doença é uma coisa invisível que qualquer um pode pegar”, declarou Hariely.

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