Igrejas mantêm cultos e missas só pela internet
Apesar do decreto do presidente Jair Bolsonaro, que incluiu atividades religiosas em lista de serviços essenciais em meio ao combate ao coronavírus, as igrejas do Estado decidiram manter seus eventos suspensos. Os cultos e as missas acontecem somente pela internet.
“Nós orientamos os pastores das nossas 722 igrejas a suspenderem todas as suas atividades por 60 dias. Enquanto isso, seguimos com nossas celebrações e palestras por meio de videoconferências”, explicou o diretor-geral da Convenção Batista do Espírito Santo, Diego Bravim.
Quem também adotou o método online para continuar com os cultos foi a igreja cristã Maranata.
As celebrações acontecem duas vezes ao dia e são disponibilizadas nas redes sociais da igreja, além dos canais de comunicação, como o rádio.
“Os pastores gravam um vídeo ministrando a palavra, que é disponibilizado às 16 horas e depois, às 20 horas, todos os dias”, explicou o gerente de comunicação da igreja, pastor Josias Júnior.
O pastor Arnaldo Candeias, presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo, informou que essa também é uma realidade do seu ministério. Ele explicou que, embora as igrejas não estejam fechadas, as celebrações não estão ocorrendo.
“Orientei para que todos os cultos fossem feitos online, por meio das redes sociais, para evitar a aglomeração de pessoas, conforme foi solicitado pelos órgãos responsáveis”.
Além dos cultos, as missas também sofreram essa mudança. O arcebispo dom Dario Campos disse na manhã de ontem, que as atividades religiosas, na Arquidiocese de Vitória, continuam suspensas e as celebrações e outros momentos litúrgicos continuarão sendo transmitidos pelas redes sociais e pelo rádio.
Já a Igreja Adventista do Sétimo Dia informou que aguarda posicionamento oficial de sua sede em nível nacional.
Suspensão
Desde terça-feira, os templos no Espírito Santo estavam com limitações de realizar encontros, devido ao decreto do Estado.
Após uma reunião, na última sexta-feira, ficou definido pelo governador Renato Casagrande que os eventos religiosos poderão ter, no máximo 50 pessoas, durante o período de restrições pelo combate da Covid-19.
Porém atividades religiosas passaram a ser consideradas essenciais pelo governo federal, de acordo com o decreto 10.292, publicado ontem, o que na prática permite que as igrejas fiquem cheias.
Poupar vidas é mais importante, dizem igrejas
A suspensão dos cultos e das missas dentro dos templos religiosos, segundo as igrejas, tem como objetivo reduzir os casos do novo coronavírus no Estado e assim “poupar vidas”.
Para o presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo, Arnaldo Candeias, fazer com que os cultos ocorram de forma online vai impedir que mais pessoas sejam contaminadas pela Covid-19.
“A maioria dos nossos fiéis é composto por idosos, então, se eu dou essa opção de eles assistirem ao culto de suas casas, estou contribuindo para que nenhum deles sejam infectados”, disse.
O gerente de comunicação da igreja cristã Maranata, pastor Josias Júnior, informou que o método, para que os fiéis não precisem sair de casa para ter acesso aos cultos, acontece não só no Brasil, mas também fora dele. Ele também frisou a importância de afastar as pessoas da rua.
“A decisão de manter os cultos pela internet não está atrelada às decisões do Presidente e nem do governador, mas sim em querer olhar para o próximo e ver o que pode ser feito para salvar uma vida”.
Ele informou ainda que todos os eventos que estavam marcados para acontecer, como retiros espirituais, continuam suspensos.
A Arquidiocese de Vitória, por meio do arcebispo dom Dario Campos, disse que todos fiéis continuam dispensados das obrigações de participar da missa e que a recomendação era oração em família e o acompanhamento das missas e outros atos devoção através da TV, rádio e redes sociais.
“A Arquidiocese reafirma a defesa da vida e mantém-se em sintonia com as orientações”.
O pastor Deivison Brito, da Igreja Evangélica Batista de Vitória (IEBV) em Jardim da Penha, afirmou que quem procura a igreja em busca de um atendimento individual é atendido por videoconferência, das 9h às 20h. "Se a pessoa tiver WhatsApp, ela recebe uma chamada de vídeo e nos oramos e passamos orientações".
Quando há necessidade de atendimento presencial, ele é feito na igreja, mas nunca em grupos, nem a pessoas que estão em grupos de risco.
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