Automação no trabalho: ameaça ou oportunidade?
A inteligência artificial (IA), por exemplo, já ajuda a tomar decisões, analisar grandes volumes de dados ou até responder clientes em tempo real
A automação no trabalho já é uma realidade em muitos setores e vem mudando de forma acelerada a forma como empresas funcionam e como nós, trabalhadores, nos relacionamos com o mercado. Não é só questão de máquinas substituindo pessoas, como se imaginava no passado. Hoje, o que está em jogo é a transformação de processos inteiros, com mais eficiência, menos erros e novas formas de produzir.
Mas afinal, o que é automação? É o uso de sistemas de máquinas simples a programas mais avançados, que conseguem realizar tarefas com pouca ou nenhuma intervenção humana. Isso pode acontecer em fábricas, escritórios, hospitais, no atendimento ao cliente, no transporte, nas vendas... a lista é longa.
A inteligência artificial (IA), por exemplo, já ajuda a tomar decisões, analisar grandes volumes de dados ou até responder clientes em tempo real por meio de chatbots. Já a robótica está presente nas linhas de produção e até nas entregas feitas por drones.
Essa revolução muda também o nosso dia a dia. Basta olhar ao redor: usamos assistentes virtuais como Alexa e Google, nos deparamos com caixas de autoatendimento no supermercado, recebemos anúncios personalizados nas redes sociais e usamos apps que organizam nosso trabalho no escritório.
A vantagem mais clara é o ganho de produtividade. Tarefas repetitivas e demoradas, que antes exigiam muito tempo, agora são feitas em minutos. Além disso, a automação reduz falhas, melhora a precisão e pode tornar o ambiente de trabalho mais seguro, evitando que pessoas fiquem expostas a tarefas perigosas ou exaustivas.
Mas nem tudo são flores. Com tanta eficiência, surge uma preocupação real: e os empregos? Algumas funções, especialmente aquelas mais operacionais ou repetitivas, estão sendo substituídas por sistemas automáticos. É o caso dos atendentes de telemarketing e dos caixas tradicionais, por exemplo.
E aí vem a grande questão: o que será feito com esses trabalhadores?
Por outro lado, novas oportunidades também estão surgindo. Profissões ligadas à tecnologia como programação, ciência de dados, manutenção de robôs e desenvolvimento de inteligência artificial estão em alta e devem continuar crescendo nos próximos anos.
A previsão é que, até 2030, cerca de 30% dos empregos atuais sejam afetados pela automação. Mas isso não significa que tudo vai acabar. Significa que vai mudar. E quem estiver preparado para aprender coisas novas, se atualizar e entender as novas ferramentas, estará em vantagem.
O desafio é coletivo: empresas, governos e profissionais precisam caminhar juntos para garantir que essa transformação seja positiva para todos. Investir em educação, oferecer treinamentos, abrir espaço para a adaptação de quem está no mercado são ações fundamentais.
No fim das contas, a automação pode sim ser vista como uma aliada. Ela ajuda a melhorar a qualidade do trabalho, dá mais tempo para as pessoas se dedicarem ao que realmente importa e pode até abrir novas portas para quem quer crescer profissionalmente.
Mas para isso acontecer de forma justa, é preciso olhar para o futuro com planejamento e responsabilidade.
TASSO LUGON é CEO da Banestes Asset Management e especialista em tecnologia, inovação e transformação digital. Reconhecido nacionalmente, lidera projetos que unem setor público e financeiro para gerar impacto e inclusão. Sua trajetória inclui passagens pelo Tribunal de Justiça do ES, Ministério Público Estadual, Prefeitura de Vila Velha e Governo do Estado, sempre promovendo modernização e resultados.
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