Maranata realiza seminário de acessibilidade com foco na inclusão e acolhimento
Evento reuniu mais de 3 mil participantes no Maanaim de Domingos Martins e alcançou cerca de 50 mil membros no Brasil e no exterior

Em um momento marcado por fé, aprendizado e sensibilização, a Igreja Cristã Maranata (ICM) promoveu no último fim de semana o Seminário de Acessibilidade, realizado no Maanaim de Domingos Martins. O evento reuniu mais de 3 mil pessoas presencialmente e alcançou cerca de 50 mil membros ao redor do mundo por meio da transmissão simultânea da Rádio e TV Maanaim. Igrejas de todo o Brasil e de outros países puderam acompanhar palestras, treinamentos e painéis que colocaram a inclusão e o acolhimento no centro da prática cristã.
O seminário teve como propósito fortalecer o compromisso da igreja com a acessibilidade em suas diversas dimensões — espiritual, física, comunicacional e social. Mais do que discutir conceitos, a proposta foi treinar e instruir professores, pastores e membros para que estejam preparados no dia a dia das igrejas locais, oferecendo apoio real às famílias e às pessoas com deficiência. O foco foi claro: cada vida deve ter acesso pleno à Palavra de Deus e sentir-se parte essencial da comunidade de fé.
Segundo o pastor Luiz Eugênio, secretário-geral e membro do Conselho Presbiteral da ICM, a iniciativa marca uma nova fase da igreja: “Estamos aqui para dar início a uma etapa em que a acessibilidade passa a fazer parte da consciência coletiva das igrejas. É um chamado à sensibilidade e ao compromisso com o próximo.
Conteúdo transformador e prático!
A programação foi ampla e variada. Palestras presenciais, transmissões ao vivo e painéis interativos abordaram temas como autismo, TDAH, deficiências visuais e auditivas, além da integração entre igreja, família e pessoas com deficiência. Os participantes foram estimulados a compartilhar experiências locais, multiplicando boas práticas já aplicadas em diferentes regiões.
Luiz Eugênio reforçou que a inclusão não é um favor, mas um dever do corpo de Cristo: “É fundamental que os pastores estejam atentos a essas questões, para que todos possam participar plenamente da vida da igreja.” Leonice Rocha, secretária de acessibilidade da igreja, lembrou que o trabalho de inclusão não beneficia apenas quem recebe apoio, mas toda a comunidade: “O trabalho de inclusão ensina, transforma e enriquece a todos. As crianças e jovens que hoje participam das atividades acessíveis estarão amanhã nos espaços de trabalho, levando consigo valores que foram cultivados dentro da igreja.”
O seminário também deu espaço a testemunhos de líderes e membros. O pastor Lucimar Bízio, professor de português e libras, compartilhou experiências de irmãos que, por muitos anos, se sentiram excluídos em outros ambientes religiosos: “Na Igreja Cristã Maranata, essas pessoas encontraram refúgio e propósito. Aqui elas podem servir com liberdade, serem ouvidas, acolhidas e respeitadas como parte vital do corpo.”
A pedagoga e doutoranda Juliana Muniz apresentou palestra sobre autismo, lembrando que o número de diagnósticos cresce ano a ano e já atinge uma em cada 31 crianças. Ela mostrou na prática como adaptar materiais e métodos de ensino para diferentes níveis de suporte e relatou experiências marcantes. Um dos testemunhos mais comoventes foi o de uma criança que, após estímulos com louvores, pronunciou sua primeira frase inteira durante um cântico — fruto do trabalho de inclusão feito na igreja.
A psiquiatra e mestre em psicologia Ana Peixoto ressaltou que a maior barreira não está na deficiência, mas na atitude das pessoas. Para ela, é preciso desconstruir preconceitos e ampliar a sensibilização da igreja. Ela lembrou que, segundo a OMS, 15% da população mundial tem algum tipo de deficiência e que, no Brasil, mais de 60% dos cidadãos declararam alguma limitação no último censo do IBGE. Esses números mostram a importância de um olhar atento e amoroso para essa população.
Um olhar além das rampas

Durante o seminário, reforçou-se que a acessibilidade vai muito além de rampas ou adaptações arquitetônicas. Trata-se de garantir comunicação inclusiva, como libras tátil e materiais visuais; de pensar no acolhimento das famílias; e de criar um ambiente onde todos possam participar ativamente. Idosos também foram lembrados, com orientações sobre como oferecer suporte e conforto em suas necessidades específicas.
Outro ponto importante foi a ênfase na formação integral das lideranças. O pastor Luiz Eugênio lembrou que a preparação não deve se limitar à doutrina, mas integrar fé, ciência e ações objetivas para responder aos desafios da sociedade contemporânea. Isso reforça a ideia de que a igreja precisa estar pronta para lidar com temas complexos de forma sensível e fundamentada.
Impacto coletivo e futuro
O seminário deixou claro que a acessibilidade é parte da missão da Igreja Cristã Maranata. Mais do que um evento, foi um chamado para um novo tempo de compromisso coletivo. Cada igreja local, em qualquer parte do mundo, foi orientada a aplicar os ensinamentos no relacionamento diário com famílias e pessoas com deficiência.
A mensagem final resumiu bem esse espírito. Nas palavras de Leonice Rocha: “Todos têm um papel nesse processo. Promover acessibilidade é promover comunhão, é viver o evangelho na sua essência.”
Assim, a ICM reafirmou seu compromisso com um evangelho prático, em que cada pessoa é valorizada e acolhida. O Seminário de Acessibilidade de 2025 não foi apenas um encontro de treinamento, mas uma verdadeira experiência de transformação — para os participantes, para as igrejas e para toda a comunidade cristã.
CENAS SEMINÁRIO





