Diversidade e inclusão na rotina empresarial
Suzano abre espaço para as diferenças e contribui para ambiente mais respeitoso e sem preconceito
Escute essa reportagem

Quando o engenheiro civil Iago Sabará Auer, de 29 anos, decidiu assumir a sua orientação sexual no trabalho há cerca de um ano, não sabia que a empresa já estava preparada para lidar com o tema e iria contribuir com a quebra do preconceito sobre o universo LGBTQIAPN+.
O engenheiro, que é analista de Planejamento Pleno da Suzano – empresa referência na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto – se identifica como transexual e está em processo de transição.
As mudanças físicas do jovem foram encaradas de forma natural dentro da corporação, e rodas de conversas e debates sobre a diversidade ganharam destaque na empresa.
“Valores de respeito às diferenças e empatia, pautados pela empresa, ajudaram a me sentir acolhido e seguro Iago Sabará Auer,
“Quando entrei na fábrica, eu era bem retraído, tinha medo do que as pessoas pensariam sobre meus trejeitos, mas os valores de respeito às diferenças e empatia, pautados pela empresa, ajudaram a me sentir acolhido e seguro”, enfatiza.
De acordo com a gerente de Gente e Gestão da Suzano, Joyce Rocha Gomes, a diversidade tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente corporativo e o tema não é visto com indiferença, mas sim como algo fundamental.
“Promover a inclusão de pessoas de orientação sexual, identidades de gênero diversas, cor, estereótipo e etnia é uma das formas de a empresa contribuir para reduzir as desigualdades. Buscamos assegurar aos colaboradores um ambiente de trabalho igualitário e livre de preconceitos, de maneira que todos se sintam acolhidos e incentivados”, ressalta Joyce.
A Suzano criou em 2016 o Grupo Plural, que é responsável pela promoção de uma série de ações internas da empresa para combater o preconceito e promover a diversidade. O grupo foi ampliado em 2018 e institucionalizado em 2019 como estratégia de sustentabilidade, diversidade, equidade e inclusão da Suzano.
Conforme Joyce, a empresa também concede direitos igualitários a casais homoafetivos.“Na Suzano, parceiros do mesmo gênero têm os mesmos benefícios concedidos aos parceiros heterossexuais, como plano de saúde, auxílios, indicação de beneficiários, licença maternidade e paternidade”.
No caso de casais homoafetivos em que os dois trabalham na empresa, quando do nascimento ou adoção de um filho, um deve escolher entre a licença maternidade (6 meses) e outro pela licença paternidade (20 dias).“Entendemos que essas ações contribuem para a transformação do mercado de trabalho em busca de uma sociedade mais inclusiva”, completa Joyce.

Crachá novo, vida nova!
Mudar a foto do crachá pode não ter importância para muitas pessoas, mas para Iago Sabará Auer foi o pontapé inicial para viver a sua verdadeira identidade. O jovem iniciou há cerca de um ano o processo de mudança da aparência física: deixou o cabelo crescer, fez uma cirurgia plástica no nariz e por fim solicitou a troca da foto do crachá.
A decisão de mudar as feições foi tomada após um grave problema de saúde. “Por conta de uma amidalite que gerou uma trombose cerebral, fiquei internado por dois meses em hospitais de Vitória e São Paulo. Durante o tratamento, percebi que não tinha vivido uma vida feliz e se tivesse uma segunda chance, não perderia mais tempo sendo uma pessoa que não sou”, lembra.
A aceitação dos colegas de trabalho aconteceu de forma natural e o apoio da empresa foi fundamental nesse processo. “Hoje em dia gosto de passar maquiagem para ir pra fábrica, deixo sempre o cabelo arrumado, sou muito feliz assim e, o mais importante, todos na empresa me respeitam. A Suzano proporciona um ambiente acolhedor, que valoriza os profissionais de forma igualitária”, ressalta, acrescentando que é o único LGBT de uma equipe de 35 pessoas, na maioria homens.
O jovem transexual acredita que sua história pode ajudar outras pessoas a se aceitarem.“Não devemos ter medo de ser quem somos no ambiente de trabalho, porque a inclusão e o respeito é algo fundamental em qualquer empresa”, diz.
Veja mais em: