Conta em restaurante vai ficar mais cara com alta dos alimentos
Escute essa reportagem

A alta no preço de alimentos como arroz, feijão e óleo de soja afetou não apenas o consumo nas casas, mas também nos restaurantes, que relatam prejuízos e consideram aumentar o preço dos pratos.
O presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Estado (Sindbares), Rodrigo Vervloet, explica que o setor tentou não repassar o aumento dos insumos para os clientes, mas que por conta disso muitos restaurantes ficaram no prejuízo.

“É uma situação que a gente lamenta, porque fazemos o máximo para absorver e não repassar para o cliente final. Só que é inevitável. É um percentual que varia de restaurante para restaurante, mas há uma tendência de aumento, sim, porque muitos estabelecimentos estão ficando no prejuízo e acabam sem outra opção para sobreviver”.
Um dos donos do restaurante Galetinho, em Vitória, Gerso Fogolin, diz que o espaço ainda não aumentou o preço, mas que trata-se de algo inevitável de acontecer.
“Estamos tentando segurar para não prejudicar ainda mais o cliente, mas isso acaba nos prejudicando também. Os restaurantes em geral tendem a aumentar o preço para compensar essa alta no arroz e outros alimentos. Não tem para onde correr”.
Consumidores de restaurantes já demonstram preocupação com a situação. O produtor audiovisual João Vitor Silveira Passos diz que costuma comprar marmitas em um restaurante próximo de casa, e que entende o lado dos restaurantes, apesar de ficar preocupado.
“O restaurante onde almoço todo dia já começou a reajustar o preço do quilo. A tendência é que as marmitas e o prato feito também sejam afetados. Está cada vez mais caro comer no Brasil, mas isso não é culpa dos restaurantes, é consequência desse aumento descontrolado do preço dos alimentos. Eu até já estava esperando isso acontecer”.
A assistente de departamento pessoal Rafaela de Carvalho da Silva se mostrou preocupada, e pretende optar por alimentos mais leves para economizar.
“A gente sabe que o preço está subindo, o custo aumentou tanto para comer em restaurantes quanto para se alimentar em casa. O jeito é optar por alimentos que pesem menos na balança, para tentar economizar um pouco”.
Levar comida ou fazer pesquisa
Com o aumento nos preços dos restaurantes, fazer comida em casa para levar para o trabalho pode ser mais econômico do que comer fora, segundo especialistas.

Para o economista Ricardo Paixão, é importante que o trabalhador mantenha o nível da qualidade da alimentação. Porém, trocar os restaurantes por comida feita em casa durante alguns dias da semana pode ser uma forma eficiente de economizar.
“A dica é comprar alimentos em feiras livres, que costumam ser mais baratas do que em supermercados. Não precisa fazer o almoço para levar a semana inteira, pode fazer para alguns dias e nos outros ir no restaurante, porque aí já vai reduzindo custos e se acostumando, podendo aumentar as marmitas caseiras pela semana conforme o tempo passa”.
O economista Mário Vasconcelos acrescenta que, além das marmitas caseiras, nessas horas é importante procurar restaurantes com o valor do quilo mais barato.
“Para quem compra comida em self-service, é uma boa fazer pesquisa prévia no preço dos restaurantes próximos ao trabalho do consumidor. Geralmente o empregado recebe vale-refeição, o que deve ser aproveitado ao máximo. Ao mesmo tempo, deve-se observar o preço do quilo e a qualidade da comida. Alimentar-se bem, com um prato variado, é essencial. Não adianta comer mal ou pouco só para economizar”.
Comentários