Cooperativa alerta para falta de anestesiologista no ES
Demanda por esses profissionais tem superado crescimento da disponibilidade de especialistas, um desafio para gestores
O quadro de anestesiologistas disponibilizado para atender a população capixaba tem sido objeto de discussão nos últimos tempos.
A crescente demanda por procedimentos que necessitam de anestesiologistas tem superado o crescimento da disponibilidade desses especialistas, o que coloca um desafio considerável para os gestores de saúde.
De acordo com anestesiologista André Carnevali, presidente da Cooperativa dos Anestesiologistas do Espírito Santo (Coopanestes), a questão é complexa, uma vez que a demanda por esses profissionais deve levar em conta algumas variáveis, incluindo organização de equipes médicas e procedimentos cirúrgicos.
“Esta situação gera a necessidade em analisar a configuração do arranjo dos profissionais, no sentido de perseguir a melhor eficiência. Ou seja, é possível que haja defasagem em futuro próximo, mas tal cenário talvez possa ser revertido pela melhor acomodação dos recursos”, afirmou.
A Grande Vitória, por concentrar maior número de hospitais, pode sofrer maiores consequências dessas discrepâncias.
“Os aspectos que importam para esta conjuntura se relacionam demasiadamente com questões urbanas, de modo que possivelmente o desabastecimento de profissionais seja iniciado na região da Grande Vitória, e que posteriormente atinja demais regiões”, disse Carnevali.
Números de profissionais
Dados do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) mostram que atualmente existem 575 anestesiologistas no Estado. Dentre eles, 453 são filiados à Coopanestes, que vem atuando para estender esse debate com a sociedade e autoridades. Mesmo que os números atuais possam não indicar uma defasagem imediata, a cooperativa preza pela transparência entre entidades médicas e governamentais.
“A Coopanestes tem atuado no sentido de alertar quanto à situação, além de promover o debate em seu entorno. O diálogo está bastante positivo, principalmente pelo fato de que ambas instituições possuem o mesmo objetivo, o que pode gerar sinergia nas ações”, disse.
Atualmente, há a preocupação de evitar uma possível crise. “Estamos dispostos a contribuir ao máximo no sentido de encontrar solução preventiva, e temos também observado diligência máxima dos gestores no sentido de equalizar questões desta natureza”, frisou.
Guardião da sedação e da segurança cirúrgica
Durante qualquer procedimento cirúrgico, um médico permanece vigilante ao lado do paciente, próximo aos monitores, atento a cada detalhe. Esse é o anestesiologista, figura central não apenas na administração da sedação, mas também na supervisão do paciente antes, durante e após a cirurgia.
"O anestesiologista está presente desde o começo até o fim da cirurgia. Ele é o primeiro a entrar na sala, ainda no pré-operatório, e o último a sair", declarou Célio Miranda dos Santos, diretor da Coopanestes, sublinhando a dedicação ininterrupta desse profissional.
O anestesiologista desempenha o papel de "anjo da guarda" do paciente, acompanhando meticulosamente o progresso da cirurgia e garantindo tanto o conforto quanto a adequada sedação ao longo do procedimento. Além disso, assume a responsabilidade de monitorar constantemente os sinais vitais, estando preparado para lidar com eventuais reações adversas.
O anestesiologista André Carnevali esclarece: "Para além de proporcionar o conforto do paciente durante a cirurgia, somos os guardiões da sua segurança. Nosso trabalho envolve desde a avaliação pré-anestésica e pré-medicação até a indução da anestesia, sua manutenção e a fase de recuperação".
Em última análise, os anestesiologistas personificam a combinação de perícia médica e atenção dedicada, assegurando que os pacientes sejam guiados com segurança em cada etapa do processo cirúrgico.
“O anestesiologista está presente do começo até o fim da cirurgia. É o primeiro a entrar e o último a sair”
Célio Miranda dos Santos, diretor da Coopanestes
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