Começa vacinação de pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas no Estado
O Estado começou, na manhã desta segunda-feira (3), a vacinação de pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas, em ato simbólico realizado no Palácio Anchieta. A ação marca o início de mais uma etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 600 mil capixabas devem ser imunizados nesta etapa, sendo 401.670 pessoas com comorbidades; 148.611 pessoas com deficiência permanente e 47.965 gestantes e puérperas.
De acordo com o governador Renato Casagrande, o Estado já tem aproximadamente 200 mil doses para iniciar a vacinação desse grupo.
“Com a chegada de mais doses, será possível avançar na imunização de pessoas com outras comorbidades. A partir de agora, essas pessoas vão entrar em um grupo maior de proteção. Já sentimos a redução de óbitos nas faixas etárias que foram vacinadas. Mesmo assim, precisamos que a população continue colaborando, pois ainda não temos vacinas para todos”, afirmou.
Na cerimônia, Casagrande ainda reforçou a importância de seguir todos os protocolos de biossegurança, como o uso de máscaras, a higienização constante das mãos e objetos, assim como evitar aglomerações.
O secretário da Saúde, Nésio Fernandes pontuou que, inicialmente, de acordo com o quantitativo de doses que estavam chegando, seria possível dividir esta nova etapa em duas fases. Entretanto, com a concomitância de chegadas de doses ao Ministério da Saúde, a expectativa é de que esta semana o Espírito Santo possa avançar ainda mais na vacinação contra o novo Coronavírus (Covid-19).
“Será uma semana que vamos vacinar em uma proporção muito maior. A boa surpresa é que tivemos a chegada de vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Butantan e da Fiocruz. A nossa expectativa é que consigamos avançar na fase dois. Nós gostamos de celebrar a vacinação dessa maneira, quando é possível imunizar universalmente grandes grupos populacionais”, declarou.
As doses referentes ao grupo começaram a ser distribuídas na última quinta-feira (29), com o envio de 6,1% para primeira dose de comorbidades; 4,7% de doses a pessoas com deficiência permanente; e 10% às gestantes e puérperas. A distribuição pode ser acompanhada no site Coronavírus ES, por meio do Painel de Vacinação.
As ações de vacinação deverão seguir as estratégias definidas em acordo entre o Estado e os municípios, na Comissão Intergestores Bipartite, por meio da Resolução CIB nº 048/2021, na qual define as fases a serem seguidas, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizadas e a relação do documento comprobatório que deverá ser apresentado no ato da vacinação.
Como será a vacinação dos grupos de pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas?
Pactuado entre Estado e municípios por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o Espírito Santo seguirá as definições para a vacinação de pessoas com comorbidades, deficiência permanente, gestantes e puérperas de acordo com a Resolução CIB nº 048/2021.
Com a estimativa de imunizar mais de meio milhão de capixabas nesta nova etapa, a vacinação ocorrerá em duas fases, seguindo os critérios de vacinação abaixo:
- Na Fase I, vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizadas:
a) na faixa etária entre 18 e 59 anos de idade: pessoas com Síndrome de Down ou deficiência intelectual/mental (autismo, paralisia cerebral ou outras síndromes que desencadeiam a deficiência intelectual/mental); pessoas com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise); pessoas com fibrose cística; gestantes e puérperas com comorbidades pré-determinadas no Plano Nacional (PNO); e pessoas com obesidade mórbida (índice de massa corpórea - IMC ≥40);
b) na faixa etária entre 55 e 59 anos de idade: pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC).
- Na Fase II, vacinar proporcionalmente, de acordo com o quantitativo de doses disponibilizado:
a) Pessoas com comorbidades pré-determinadas no PNO; gestantes e puérperas independentemente de condições pré-existentes; pessoas com Deficiência Permanente cadastradas no Programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC). Nesta fase, a imunização será realizada também segundo as faixas de idade de 50 a 59 anos; 40 a 49 anos; 30 a 39 anos; e 18 a 29 anos.
Ainda segundo a Resolução CIB nº 048/2021, como comprovação para a vacinação, a pessoa deverá apresentar um dos seguintes documentos: laudo médico, prescrição médica ou declaração do enfermeiro do serviço de saúde onde o usuário faz tratamento, além do documento de identificação com foto. O cidadão deverá levar duas cópias do documento comprobatório, uma vez que os serviços de vacinação deverão reter a cópia.
Quanto a data do documento comprobatório, deverá ser de 2018 em diante, ou seja, dos últimos três anos, para condições permanentes e 90 dias para condições adquiridas e transitórias.
Comorbidades definidas pelo Plano Nacional de Vacinação
GRUPO DE COMORBIDADES |
DESCRIÇÃO |
Diabetes mellitus |
Qualquer indivíduo com diabetes |
Pneumopatias crônicas graves |
Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática). |
Hipertensão Arterial Resistente (HAR) |
HAR= quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou PA controlada em uso de quatro ou mais fármacos antihipertensivos |
Hipertensão arterial estágio 3 |
PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade |
Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade |
PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade |
DOENÇAS CARDIOVASCULARES |
|
Insuficiência cardíaca (IC) Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar Cardiopatia hipertensiva Síndromes coronarianas Valvopatias Miocardiopatias e Pericardiopatias |
IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association. Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária. Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo). Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras). Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras). Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática. |
Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas Arritmias cardíacas Cardiopatias congênitas no adulto Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados |
Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos. Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras). Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico. Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência). |
Doença cerebrovascular |
Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular. |
Doença renal crônica |
Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica. |
Imunossuprimidos |
Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas. |
Hemoglobinopatias graves |
Doença falciforme e talassemia maior |
Obesidade mórbida |
Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40 |
Síndrome de down |
Trissomia do cromossomo 21 |
Cirrose hepática |
Cirrose hepática Child-Pugh A, B ou C |
Fonte: CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Com base nas revisões de literatura contidas nas referências deste documento.
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