Vergonha alheia ou chance de mercado inexplorada?
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (26)
Leitores do Jornal A Tribuna
Nas redes sociais, um fenômeno inusitado tem chamado a atenção: as “Lives NPC”. NPCs, em videogames, são “Personagens Não Jogáveis”, geralmente relegados a papéis secundários. No entanto, esses “figurantes” digitais estão se tornando protagonistas de transmissões ao vivo no TikTok, com pessoas reais imitando-os e recebendo presentes virtuais que se convertem em dinheiro real. Sim, espectadores estão pagando para ver e interagir com esse jovem.
A princípio, pode parecer uma tendência passageira ou até mesmo motivo de riso para alguns. Mas, ao olhar mais de perto, percebe-se o potencial econômico por trás desse movimento.
Segundo dados da Insider Intelligence, o livestreaming commerce (vendas de produtos através de lives) representará impressionantes 19,2% das vendas de varejo de comércio eletrônico na China este ano, com vendas totais acima de US$ 562,62 bilhões.
Enquanto isso, nos EUA, o varejo tradicional enfrenta desafios. A S&P Global Marketing Intelligence previu crescimento nas vendas de varejo de apenas 0,5% em 2023 ou queda de 0,1% após ajuste pela inflação.
Em contraste, as vendas de livestreaming de comércio eletrônico nos EUA poderiam alcançar US$ 50 bilhões este ano, superando uma estimativa anterior de US$ 32 bilhões. Isso representará mais de 5% do total de comércio eletrônico no país até 2026, de acordo com a Coresight Research, citada pela CNBC.
Um dos pioneiros desse tipo de conteúdo NPC foi o Felca, um humorista youtuber que, ao explorar, ou debochar, desse nicho, viu sua receita disparar, com rumores de ganhos superiores a R$ 40 mil em uma única live. Esse sucesso inspirou muitos a seguir seus passos, buscando uma fatia desse mercado lucrativo.
Mas, além das Lives NPC, quais outras oportunidades o mundo digital oferece para aqueles que têm o dom de reter a atenção do público? Uma possibilidade é se tornar um “reviewer” de produtos. Com uma base de seguidores fiéis, esses criadores podem ser contratados por empresas para avaliar e promover produtos, recebendo comissões por cada venda realizada através de seus links.
Outra opção é se tornar um influenciador digital em nichos específicos, como moda, tecnologia ou culinária, compartilhando dicas, truques e recomendações com seus seguidores.
Além disso, com a crescente popularidade dos podcasts, aqueles com habilidades de comunicação e uma história interessante para contar podem explorar esse meio, criando seu próprio programa e atraindo patrocinadores e anunciantes. E, claro, sempre há a opção de criar e vender cursos on-line, compartilhando expertise e conhecimento em áreas específicas.
Enquanto alguns podem descartar as Lives NPC como uma mera tendência ou “vergonha alheia”, os números contam uma história diferente. No mundo digital, a linha entre o virtual e o real está se tornando ainda mais tênue, é o mundo “figital” onde real e digital se fundem. E para aqueles dispostos a se adaptar e evoluir, as oportunidades são infinitas.
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