Turismo busca retomada em meio aos impactos da pandemia
Leitores do Jornal A Tribuna
Em função da Covid-19, o turismo foi um dos primeiros segmentos a interromper as suas atividades e, pelas projeções, deve ser um dos últimos a normalizar rotinas e se recuperar dos impactos devastadores do vírus. E o desempenho dessa atividade afeta ainda – direta e indiretamente – mais de 50 setores, ligados, por exemplo, a transporte, gastronomia, hospedagem, recreação, entre outros.
De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), as consequências para a cadeia produtiva são tão graves que a sua recuperação plena pode levar até sete anos.
Recomendação de isolamento social, fronteiras e pontos turísticos com uma série de restrições (muitos, inclusive, ainda fechados) e equipes reduzidas em redes hoteleiras são alguns dos aspectos que reforçam as incertezas.
Os efeitos disso repercutem nos diversos agentes do setor, com o fechamento de agências de viagem, a dispersão de trabalhadores autônomos ligados à atividade, o prejuízo para empresas aéreas, de hotelaria e transportadoras, somando milhares de demissões e um impacto econômico sem precedentes tanto no turismo local como internacional.
Diante dessa realidade, entidades representativas têm se articulado para buscar soluções que minimizem as sequelas dessa crise e evitem um colapso econômico do segmento. Torna-se necessária a criação de um projeto de recuperação e retomada do turismo, com o planejamento de estratégias a exemplo do que vem sendo feito por alguns países europeus.
Especialistas indicam que a retomada do turismo deverá ser verificada em viagens curtas e domésticas, por motivos de segurança e por serem economicamente mais acessíveis.
Nesse contexto, ganha força o movimento de “staycation”, ou “turismo de escapada”, modalidade caracterizada pela quebra da rotina em destinos próximos do viajante. Além da preferência por destinos próximos, as pessoas têm optado pelas “road trip”, viagens em carro próprio ou veículo alugado para evitar aglomerações.
Outra tendência é a prioridade para destinos com áreas naturais, em contato com a natureza e ao ar livre, conferindo maior sensação de segurança.
Mais do que nunca, empreendedores do setor de turismo vão precisar inovar para alavancar os negócios. Uma solução é a oferta de pacotes diferenciados, incluindo como opções programas voltados à família, passeios ao ar livre e contato com a natureza.
O momento é ainda ideal para investir no marketing digital. Segundo dados da Anatel, o uso da internet no Brasil cresceu entre 40% e 50% durante a pandemia. Os consumidores aumentaram a presença online e seguem atentos às redes sociais, fato que merece ser explorado com inteligência e estratégia.
Com o fim da pandemia, o longo período de isolamento terá criado uma demanda reprimida por viagens, e aqueles empreendimentos que tiverem aproveitado a crise para reforçar a sua marca certamente sairão na frente.
Rogério Agripino da Silva é agente de viagem, turismólogo e guia de turismo cadastrado
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