A busca por modelos sustentáveis e ecologicamente corretos é um dos grandes desafios deste século quando analisamos a mobilidade urbana. No Brasil, por muito tempo não houve nenhum planejamento para que o cenário da mobilidade acontecesse de forma inteligente e sustentável.

Por causa disso, o desafio é ainda maior em nosso País para avançarmos em direção a um modelo capaz de trazer mais qualidade de vida para a população e menor impacto para o meio ambiente.

O transporte coletivo, por exemplo, é um dos principais modos sustentáveis de deslocamento nas grandes cidades. Uma pesquisa do Instituto Clima e Sociedade (ICS) mostrou que 53% dos moradores de regiões metropolitanas utilizam ônibus cotidianamente.

Como esses veículos conseguem transportar mais pessoas, ocupam um espaço 21 vezes menor nas vias, quando comparados aos veículos de passeio. Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), basta um ônibus para que 40 carros fiquem nas garagens.

Devido a toda essa praticidade, os ônibus são considerados um componente essencial na busca de soluções para uma mobilidade urbana mais sustentável.

Isso porque cidades ao redor do mundo já enfrentam os efeitos negativos do excesso de carros. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ônibus poluem, proporcionalmente, oito vezes menos que carros e quatro vezes menos do que motocicletas.

Todos esses dados sugerem que os veículos coletivos são muito mais benéficos no quesito mobilidade sustentável, mas isso passa, obviamente, pela ampliação do sistema, pelo conforto e pela renovação permanente das frotas.

Entre os pontos positivos estão também o menor número de acidentes de trânsito e menos ruído, sem falar na redução de despesas individuais e públicas.

Dessa forma, é importante que o investimento público priorize a expansão das redes estruturais de transporte, utilizando a infraestrutura e tecnologia mais adequadas, com menor impacto ambiental, em cada caso.

Entre as diversas tecnologias utilizadas para beneficiar o meio ambiente através do transporte público, estão as que possibilitam um planejamento detalhado de rotas em pontos estratégicos.

Elas ajudam a reduzir o tempo de percurso, beneficiando as empresas e os colaboradores.

Também é importante considerar os benefícios que a tecnologia já oferece à população e aos governos, como veículos elétricos e híbridos, que geram menor impacto ambiental. A eletrificação de veículos para transporte de curta distância e de passageiros é uma tendência crescente.

Grandes mudanças como essas alteram o cenário da mobilidade e são pontos que merecem ser analisados em um ano eleitoral.
As autoridades municipais paulistas já pretendem expandir sua frota de veículos elétricos para mais de 2.600 ônibus até 2024.
Isso significaria aumentar a frota atual em 12 vezes. Outras cidades já testam ônibus elétricos, inclusive no Espírito Santo. Que mais iniciativas sejam concretizadas nos próximos anos.

André Rocha é engenheiro ambiental e conselheiro da Apea-ES