Saúde feminina e a urgência de cuidados básicos
Coluna foi publicada nesta sexta-feira
Leitores do Jornal A Tribuna
Ao longo das décadas, a representatividade feminina tem ampliado sua atuação nos mais diferentes segmentos da sociedade: universidades, áreas diversas do mercado de trabalho e na condução das famílias. É comum vê-las no comando da casa, conciliando a criação dos filhos com suas múltiplas jornadas.
No dia a dia dos hospitais e consultórios, é rotineiro ver as mulheres levando os maridos, filhos e irmãos para o atendimento médico. Contudo, esse acúmulo de funções e responsabilidades traz consequências preocupantes, principalmente para a saúde.
Cerca de 4 milhões de brasileiras nunca procuraram um ginecologista e outras 5,6 milhões não costumam ir a este especialista. Esse dado foi revelado pela pesquisa “Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva: as relações dos ginecologistas e obstetras com suas pacientes”, encomendada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e conduzida pelo Instituto Datafolha.
Consultas ginecológicas regulares são essenciais para a prevenção, o controle e tratamento de doenças femininas de média e alta gravidade, como endometriose, miomas e diversos tipos de cânceres ginecológicos (ovário, colo de útero, endométrio e outros).
Outro fator de extrema importância é o planejamento familiar. A começar por aquelas que não desejam ou não podem ter filhos, faz-se necessária a orientação médica para que gestações indesejadas não ocorram.
Para as que têm o desejo da maternidade, é preciso que façam um pré-natal completo e bem acompanhado. Ao abrirem mão desse cuidado, gestante e bebê correm sérios riscos.
Naturalmente, as mulheres são mais cuidadosas com a saúde do que os homens, mas o acúmulo de funções desempenhadas dentro e fora de casa contribuem para a negligência. Além disso, a falta de informação e de recursos financeiros compromete a frequência de cuidados básicos.
Segundo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, neoplasias malignas, como câncer de mama e de colo de útero, estão na lista de causas de morte mais comuns na população feminina.
E negligência não se resume simplesmente a mulheres que não se cuidam. O atendimento público de saúde ainda precisa avançar muitas casas para que haja um alcance satisfatório de atendimentos, especialmente àquelas mulheres de baixa renda.
É fundamental investir em exames preventivos, como Papanicolau e outros procedimentos que permitem o monitoramento da saúde íntima, como por exemplo, a análise do útero, ovários e colo uterino. Para isso, também é indispensável facilitar o acesso às consultas regulares, para que não demorem meses e até anos para serem liberadas.
Investir na saúde da mulher é, portanto, priorizar o bem-estar e a estrutura de toda a família, desde a sua concepção.
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