Você sabia que existem pontos específicos na sua orelha, que ao serem estimulados, podem tratar mais de 200 doenças? 

O médico francês Paul Nogier foi responsável por destacar os pontos específicos da aurícula, desde 1951. No Brasil, o inovador método da Medicina Integrativa conseguiu impor-se pelos resultados obtidos e por ser pouco invasivo, o que fez com que se tornasse prioridade na busca por saúde de muitos pacientes. Essa prática foi oficializada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma Terapia de Microssistema, e popularmente é conhecida como Auriculoterapia.

A auriculoterapia é uma técnica natural originada da acupuntura, método terapêutico aplicado na China três mil anos antes de Cristo. Embora o pavilhão auricular, a orelha, como local de estímulo para fins terapêuticos já constasse na literatura antiga da acupuntura, não havia um mapeamento ou uma correlação com as regiões do corpo. 

Mas, em 1951,  Nogier apresentou tese de que a orelha seria um microssistema e simbolizaria um feto de cabeça para baixo, em que o lóbulo da parte de baixo tem formato de um feto e a parte superior representaria os pés e braços de um ser humano em posição fetal.

Ao estimular estes pontos específicos, doenças físicas, mentais e estéticas podem ser tratadas. Por exemplo: em pacientes que sofrem com dor na região lombar, é possível estimular os pontos de analgesia e lombar e, ao estimular, um comando é enviado para o cérebro com a finalidade de liberar os hormônios necessários para tratar e cessar a dor. 

Enquanto isso, em pacientes que sofrem distúrbios de ansiedade ou depressão, é possível estimular pontos do estômago e ansiedade, por exemplo, para liberar ou equilibrar hormônios do bem estar. 

O tratamento com auriculoterapia não está privado somente a doenças, uma vez que atletas e estudantes também procuram profissionais da área para potencializar força e memória durante a preparação para competições e concursos. 

A  OMS listou outros quesitos que podem ter o foco da auriculoterapia, como infertilidade, insônia, fibriomialgia, fascite plantar, acne, gastrite, alergias e dores em geral, etc. Estes estímulos são feitos por meio de laser, magnetos, agulhas, sementes, entre outros.

 Além de ser uma técnica indicada para tratar recém nascidos, crianças, adultos e idosos, o método não causa efeitos colaterais. Inclusive, na maioria dos casos, o tratamento com auriculoterapia ameniza e e até exclui a necessidade de medicamentos.

 Vivemos em uma sociedade cada vez mais adoecida. Somos obrigados a conviver com novos vírus e novas doenças, estamos nos acomodando com as benesses da tecnologia, passando horas na frente de telas, nos movimentanto menos, comendo mais e tratando as consequências de tudo isso com remédios. Talvez seja a hora de olharmos com mais cuidado para o nosso corpo e entender que a cura que procuramos pode estar nele mesmo.

IZABELA PEREIRA é auriculoterapeuta e membro da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor