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TRIBUNA LIVRE

Religião e fé

Coluna foi publicada nesta segunda-feira (22)

Ernesto Ascione | 22/01/2024, 12:11 h | Atualizado em 22/01/2024, 12:11
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


A era moderna é pródiga de críticas à religião. A primeira provém da ciência, que acusa a religião de infantilismo, por atribuir aos fenômenos da natureza – terremotos, raios, tempestades – a intervenção externa dos deuses. O específico de toda religião, porém, não é explicar os fenômenos da natureza, mas, encontrar o sentido profundo do mistério da nossa vida. Outra crítica é atribuir à religião o medo perante as forças cegas e descontroladas da natureza.

A vida humana é uma aventura, que, partindo da segurança, confiante e agradável, desde o seio materno, enfrenta tensões e lutas: graças a elas, porém, que o ser humano forja o seu caráter e a sua personalidade.

A crítica mais contundente vem, porém, de três grandes pensadores do século XIX, chamados “os mestres da suspeita”, que influenciaram, com suas doutrinas, o mundo inteiro, causando descrença e indiferença: Karl Marx, Nietzsche e Sigmund Freud. Eles veem a religião como um “sonho”, causado pela opressão e injustiças, que o povo humilde sofre: esmagado pelos sofrimentos, o povo se refugia no consolo enganador da religião, “ópio dos povos”. As elites financeiras, em conluio com os poderes públicos, fizeram da religião um instrumento para manterem na ignorância as massas oprimidas.

Nos países latino-americanos, esta crítica é real. Desde o início da colonização, de fato, o grito dos oprimidos – índios, negros e as categorias sociais mais emarginadas – ecoou em altos brados, ao céu, pedindo liberdade e justiça.

A história, porém, demonstra que a religião ficou sempre ao lado do povo, lutando por sua dignificação e elevação humana e social. A saída dos hebreus do cativeiro do Egito se explica pelo fervor religioso de seu povo.

O islamismo conquistou meio mundo, por meio da “guerra santa“. As cruzadas, também, foram empreendidas por motivos religiosos: libertar os Lugares Santos. O protestantismo implementou o capitalismo moderno. A Doutrina Social da Igreja, a começar pela Carta-encíclica “Rerum Novarum” (1889), do Papa Leão XIII, tomou a defesa dos assalariados: operários e trabalhadores. Assim, o Concílio, na Constituição pastoral “Gaudium et Spes” uniu justiça e fraternidade.

Enfim, as cinco Conferências do Episcopado Latino-americano escolheram, na sua ação pastoral, a evangélica “opção preferencial pelos pobres”.

As igrejas latino-americanas têm, hoje, diante de si uma tarefa imensa: incentivar no povo uma “consciência crítica”. A religião pode dar uma grande contribuição nesta obra de conscientização. Se, em algum caso, fracassou, foi por ter sido apresentada, de modo inoportuno e superficial. O desejo de mudança deve brotar da própria consciência do povo, chamado a passar de uma religiosidade individualista, para uma solidária.

Os corpos dos latino-americanos trazem em sua pele as marcas dos vários processos colonizadores, que se sucederam ao longo dos tempos. Temos que devolver esperança ao nosso povo, aplicando recursos na sua formação, criando condições de trabalho, saúde, instrução e fé nos valores que dignificam a pessoa humana. Eis a prioridade, não só para a ação pastoral da Igreja, mas para todo investimento nacional.

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