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TRIBUNA LIVRE

Realidades distintas e problemas semelhantes entre Brasil e EUA

| 18/04/2020, 08:47 h | Atualizado em 18/04/2020, 08:49
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


Nesta semana, a pandemia de Covid-19 ultrapassou a incrível marca de 2 milhões de contaminados no mundo, com mais de 153 mil mortos. Aqui, nos Estados Unidos, país que se tornou o epicentro da doença, já entramos na casa dos 700 mil casos, com mais de 37 mil mortes. São números assustadores, que escancaram o tamanho do problema que a humanidade está enfrentando.

Individualmente, cada país tem encarado, além da pandemia, seus próprios fantasmas que, neste duro momento, ficam mais assustadores.

Nem mesmo as mais ricas nações estão livres de pagarem o preço das escolhas políticas e de gestão que foram feitas ao longo da história. Nos Estados Unidos não é diferente!

Apontado por muitos especialistas como o país que possui o sistema de saúde mais injusto do mundo (dentre as nações desenvolvidas), os EUA não têm conseguido dar esperanças a parcela mais vulnerável de sua sociedade. Uma análise mais detalhada deixa claro que alguma coisa está errada por aqui.

Conforme divulgado, em Nova Iorque (epicentro nos EUA), o Bronx, um dos distritos com maior porcentagem de negros e com a menor renda, apresenta quase 25% dos mortos da Big Apple (o bairro concentra 17% da população total).

No estado de Michigan os negros são 14%, mas representam 40% das mortes. Na Lousiana, a população negra é de 32% do total. No entanto, dentre os mortos, eles são incríveis 70%.

Uma das explicações para tal fenômeno seria o fato de que os negros são proporcionalmente mais pobres que os brancos nos EUA e, em razão disso e das características do sistema de saúde americano, teriam menos acesso à assistência médica. Uma pesquisa de 2018 feita pelo governo americano mostra que 16% dos negros não visitaram médicos no último ano por falta de dinheiro. O mesmo ocorreu com apenas 10% dos brancos.

No Brasil, a imprensa revelou que na Rocinha (RJ) o número de contaminados pelo Covid-19 aumentou de 6 para 35, em 5 dias (quase 500% de aumento, sem contar eventual subnotificação).

Até o meio da semana 3 pessoas já haviam morrido em razão da doença. A expectativa de assistentes sociais, médicos e gestores é de que a situação em favelas e comunidades carentes se complicará muito.

No Brasil, o direito à saúde é assegurado na Constituição e é universal. O artigo 196 diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado, por outro lado, penamos em oferecer os cuidados mais elementares à nossa população, como saneamento básico e educação de qualidade.

Nos EUA, por outro lado, a educação primária é universalizada e quase todos têm acesso a saneamento básico. O acesso ao sistema de saúde, por sua vez, é inacessível a boa parte da população.

São realidades antagônicas que, diante de uma crise avassaladora como a atual, têm resultado em problemas semelhantes. Esperemos que a maior crise de todos os tempos seja, também, uma grande oportunidade para que façamos melhores escolhas no futuro.

EUGÊNIO RICAS é delegado federal, adido da Polícia Federal nos EUA e mestre em Gestão Pública pela Ufes.

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