Preservar a vida é o maior presente em um Natal nada tradicional
Leitores do Jornal A Tribuna
Após quase um ano de isolamento social, entre telefonemas, videochamadas, acenos de longe e troca de mensagens, a saudade acumulada de familiares e amigos se agiganta ainda mais nessa época que antecede o Natal.
O tradicional período em que tantos planejam se confraternizar, trocar abraços e lembranças, neste ano, também promete – e precisa – ser diferente.
Assim como praticamente todo o ano de 2020 teve de ser adaptado à rotina do distanciamento social, o Natal e demais comemorações de final de ano também exigem cuidados.
O fato de ainda não termos uma vacina disponível, associado ao aumento do número de casos de Covid-19, mostra claramente que esse não é o momento de promover aglomerações, nem mesmo em família.
Ignorar esses cuidados pode elevar o número de infecções e afetar principalmente os mais vulneráveis como idosos e grupos de risco.
Reunir num mesmo espaço pessoas que não moram na mesma casa representa um risco alto e isso precisa ser considerado. Decerto que há um ano ninguém esperava passar por isso, mas depois desse longo período de privações e ajustes na rotina, não podemos nos descuidar.
Se olharmos para trás, veremos que o caminho foi longo e bastante sofrido para a maioria das pessoas, mas ao mesmo tempo conseguimos chegar até aqui.
E isso já é motivo mais do que suficiente para continuarmos nos cuidando e protegendo aqueles que amamos.
Sabemos que boa parte das pessoas está cansada das medidas restritivas, carente de contato físico, mas os fatores de risco continuam ameaçando a saúde da população. Por isso, a precaução ainda é o melhor remédio.
A vacina, aprovada e disponibilizada para a população, é a solução definitiva para essa situação. No Brasil, a população idosa será priorizada pelo cronograma de imunização, prevista para 2021. Até lá, é ter paciência e precaução.
O verdadeiro sentido do Natal é o amor, e quem ama cuida, renuncia e espera. E como Natal também é momento de reflexão, é oportuno refletir sobre o que realmente importa e, porque não, se reinventar mais uma vez?
Afinal, distanciamento social não significa isolamento emocional. Nesse período, ainda difícil e com tantas limitações, é possível mais uma vez fazer da tecnologia uma aliada e se fazer presente, por meio de videochamadas, telefonemas, cartões de Natal, mensagens de afeto.
Felizmente, hoje temos essa possibilidade de nos aproximarmos sem o contato físico e, assim, amenizar a saudade.
Hábitos tradicionais precisam ser alterados, mas sem abrir mão da esperança. Afinal, todo esforço que está sendo feito agora é para que tenhamos dias melhores, com saúde e, claro, com todos os que amamos à nossa volta.
Será um Natal diferente, em que o excesso de cuidado talvez nunca tenha sido tão necessário. Mas, hoje, essa é a melhor forma de comemorar e preservar a vida, nosso maior presente.
GUSTAVO GENELHU é médico.
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