Por mais empatia, acolhimento e respeito na educação dos filhos
Leitores do Jornal A Tribuna
Educar não é fácil e a cada dia isso tem preocupado mais os pais. Muitos trabalham em excesso, tornam-se permissivos e sobra menos tempo para acompanhar a vida dos filhos de modo significativo, o que favorece a formação de crianças carentes de afetos e limites, às vezes agressivas e menos preparadas para lidar com medos e frustrações.
Algumas famílias, sem vislumbrar soluções, ainda recorrem a castigos físicos e psicológicos que, na verdade, trazem prejuízos ainda maiores.
Uma estratégia que tem se mostrado coerente é a educação positiva, cujo princípio é o exercício da empatia, do acolhimento, da escuta ativa, do respeito mútuo e do cumprimento de regras que visem ao bem-estar familiar.
O pressuposto é o de que as crianças se desenvolvem a partir daquilo que observam no comportamento dos pais. Portanto, essa interação determina o desenvolvimento cerebral e emocional e a aprendizagem global.
Sendo assim, pais que agem impulsivamente, com palmadas, gritos e humilhações, transferem uma carga emocional negativa para os filhos. O que parece resolver de imediato o problema, afasta e enfraquece a relação.
A tendência é que essas crianças mintam para esconder erros, espelhem a forma como são tratadas com amigos, e cultivem sentimentos de angústia e raiva que são potenciais fatores de risco para doenças emocionais na vida adulta.
Apelar para a violência também não é eficaz para manter a autoridade. Existem maneiras de fazer isso de forma pacífica, atendendo às demandas educativas.
Nesse sentido, o primeiro passo é tentar se colocar na lógica do filho. Quem gosta de ser tratado com agressões e insultos? O respeito é um valor inquestionável e premissa fundamental de boas relações socioafetivas.
Além disso, não se pode perder de vista quem é o adulto da relação. Mesmo diante da resistência e da oposição do filho, é preciso controlar os sentimentos de raiva.
Nenhuma discussão é positiva quando acontece no calor da irritação. Se não conseguimos controlar a raiva, pelo menos que consigamos controlar nossas atitudes. Isso nos diferencia de seres que agem meramente por instinto. Vencida essa etapa, é importante estabelecer conexões através do olhar, do toque e da comunicação clara, não esquecendo de escutar a criança, ajudando-a a nomear o que sente.
Acolher emocionalmente o filho, segurando suas mãos mesmo em conversas difíceis, gera confiança para juntos buscarem soluções, trazendo a disciplina necessária, sempre trocando punições, que machucam, intoxicam, por consequências, que ensinam e promovem o desenvolvimento socioemocional.
Por fim, é urgente que os pais sejam o melhor referencial para os filhos. Ter uma rotina diária de higiene pessoal, não mentir, nem falar palavrões ou mal dos outros, ser generoso, honesto e paciente, pedir desculpas, e tudo mais que esperamos deles, é mais significativo do que falar o que é certo ou errado. E, quando as atitudes positivas vierem, elogie, tendo bem claro que pequenas ações para um adulto são enormes conquistas para uma criança.
EVANDO EVANGELISTA é orientador educacional
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna