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TRIBUNA LIVRE

Pandemias marcam a história há mais de dois mil anos

| 15/04/2020, 06:57 h | Atualizado em 15/04/2020, 07:03
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


Ao longo da história se registram inúmeros casos de calamidades provocadas por doenças que se difundiam com relativa rapidez, consoante o grau de interação entre os povos. O próprio termo epidemia – do grego épi: sobre, démo: povo – refere-se a uma enfermidade que se restringe à contaminação de um povo; enquanto o termo pandemia – pan: todo(s), demo: povo – faz alusão a uma doença que se espalha sobre uma grande região geográfica, contaminando diversos povos.

O primeiro relato desses fenômenos é dado por Tucídides, em que o eminente historiador afirma que uma terrível doença, supostamente originária da Etiópia, difundiu-se pelo Egito e Líbia, até o mundo grego, acometendo os atenienses com forte dor de cabeça, intensa febre, inflamação nos olhos e na garganta, tosse e convulsões, levando à morte cerca de um terço da população.

No século II, uma legião do Exército Romano que retornava de campanhas no leste do império trouxe consigo uma doença que vitimou milhões de pessoas.

Posteriormente, no século VI, sob o reinado do imperador bizantino Justiniano I, uma praga assolou a cidade de Constantinopla, dizimando durante seu período de pico cerca de 10.000 pessoas por dia, segundo o testemunho de Procopius.

Mais tarde, a reabertura do mar Mediterrâneo e a intensificação do comércio com Oriente, custou à Europa uma das maiores pandemias de que se tem notícias, provocada pela mordida de pulgas de ratos, que provavelmente viviam nos porões das embarcações.

Desconhecendo as causas dos óbitos, muitas pessoas fugiam para outras localidades, levando consigo a doença, que se espalhou rapidamente, matando, estima-se, 25 milhões de pessoas.

Por outro lado, se a cólera foi a doença do século XIX, a gripe foi, sem dúvida, a grande mazela do século XX, sendo responsável por três pandemias. A primeira e mais avassaladora foi a gripe espanhola, que se espalhou pelo mundo com velocidade impressionante, ceifando aproximadamente 40 milhões de vidas.

Atualmente, a humanidade padece outra pandemia, que se encontra ainda em fase de expansão inicial, o que nos permite lançar mão da imprescindível vantagem oriunda do acúmulo de conhecimento adquirido, ainda que sob duras baixas no passado, a fim de minimizar perdas humanas, cujo testemunho da história, como mencionado, é irrefutável.

É certo que medidas como o isolamento social produzem efeitos extremamente negativos do ponto de vista econômico para milhões de pessoas, que se veem desprovidas de meios para prover dignidade às suas famílias.

Essa circunstância, todavia, pode ser mitigada com políticas públicas sérias e comprometidas em salvaguardar a integridade dos cidadãos, devolvendo-lhes em caráter excepcional aquilo que lhes é subtraído na forma eufêmica de imposto.

Essa simples atitude, se conduzida de maneira responsável e célere, não apenas inclinará a população a aderir de bom grado às restrições impostas por essa nova conjuntura, mas também permitirá vislumbrar de um ponto de vista prático a finalidade do governo civil.

Flávio Santos Oliveira é doutor em História pela Ufes
 

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