Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

TRIBUNA LIVRE

Outubro Rosa e o poder curativo da mão estendida

Coluna foi publicada nesta quarta-feira (11)

Virgínia Altoé Sessa | 11/10/2023, 10:22 h | Atualizado em 11/10/2023, 10:24
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna



          Imagem ilustrativa da imagem Outubro Rosa e o poder curativo da mão estendida
Virgínia Altoé Sessa é médica oncologista |  Foto: Divulgação

Neste mês, os mais diversos setores da sociedade se mobilizam para divulgar e apoiar a campanha Outubro Rosa, voltada para a conscientização da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Apesar do foco nos cuidados que ajudam a evitar o desenvolvimento da doença, grande parte das atenções também é voltada para as milhares de mulheres diagnosticadas com câncer de mama.

Umas recebendo apoio, outras numa batalha quase solitária, todas, dentro da sua realidade, enfrentam a doença e lutam pela vida (com muitos ou poucos recursos).

Um sentimento, infelizmente, muito comum entre as pacientes é a culpa. Trazer para si a responsabilidade de ser acometida por uma doença acontece mais do que se imagina.

“Não me cuidei o bastante”. “Guardei mágoas e por isso fiquei doente”. “Vou fazer meus filhos sofrerem com medo de me perder”. “Foi castigo de Deus pelos meus erros”. Essas são algumas afirmações de pacientes que refletem um claro e destrutivo sentimento de culpa de tantas mulheres que não se perdoam por terem câncer.

Não é raro, portanto, ver pacientes mortificadas por acreditarem que o nódulo maligno surgiu porque não conseguiram lidar com suas emoções. E como se não bastasse, sempre há opiniões inconvenientes que tornam esse conflito ainda mais doloroso.

Campanhas como o Outubro Rosa, sem dúvida, são aliados da vida, pois ajudam a trazer luz às obscuridades da desinformação, e dar à população feminina o protagonismo que lhe cabe na importante missão de prevenir o câncer de mama, a neoplasia que mais mata mulheres em todo o mundo.

Para além disso, contudo, precisamos ser a mão estendida em meio a tantas que se encolhem; a escuta calorosa que ouve sem pressa; o conselho que orienta sem julgar ou ditar regras. O silêncio que acalenta.

A diferença que tanto sonhamos, muitas vezes, se abriga em nós. Na solidariedade que nos faz doar tempo para conversar, enxugar as lágrimas, acompanhar uma consulta ou dar aquele abraço acolhedor em meio à pressa dos dias.

Podemos não ter a cura em nossas mãos, mas o milagre pode vir de outras formas. Cura não é só o resultado bem-sucedido do tratamento, ela também se encontra nos detalhes da jornada, quando tiramos um tempo para mostrar, do nosso jeito, o quanto aquela pessoa, seja familiar, amiga ou colega de trabalho, é importante. Nosso apoio pode dissipar os pontos escuros da culpa, da falta de esperança e do medo da morte, que na maioria das vezes não acontece mesmo.

A luta pela vida precisa ser de todos, não apenas dos médicos e das pacientes. Que o outubro seja rosa, mas também seja leve e revelador. Que desperte em cada um de nós um lado mais empático, compassivo e proativo no sentido de nos fazer sair da zona de conforto dos nossos mundos e abraçar a dor do outro.

E encerro com aquele pensamento atribuído ao escritor Ernest Hemingway: “Quem estará nas trincheiras ao teu lado? – E isso importa? – Mais do que a própria guerra”.

SUGERIMOS PARA VOCÊ:

Tribuna Livre

Tribuna Livre, por Leitores do Jornal A Tribuna

ACESSAR Mais sobre o autor
Tribuna Livre

Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna

Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna

Tribuna Livre