Os desafios e a transformação da mulher no ambiente educacional
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (06)
Leitores do Jornal A Tribuna
De acordo dados do Censo Escolar 2022, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as mulheres são a maioria do corpo docente no país. No ensino básico, dos mais de 2,3 milhões de profissionais, 79,2% são professoras, seguido de 97,2% nas creches e 94,2% na pré-escola, etapa inicial da trajetória escolar. Já no ensino fundamental e no ensino médio, elas representam 77,5% e 57,5%, respectivamente.
Essa realidade não foi sempre assim. No Brasil, apenas em 1827, com a Lei Geral, as mulheres foram permitidas a ingressarem nos colégios e a estudarem além da escola primária. Na faculdade, o direito foi decretado só em 1879, mas com apresentação de licença de seus pais para mulheres solteiras e consentimento por escrito do marido para mulheres casadas.
O patriarcado sempre foi contra as mulheres saírem de casa em busca da independência financeira. Quando dependemos financeiramente de alguém, não temos direito à voz bem como nos privamos do desenvolvimento pessoal e profissional proporcionados pela educação.
Esse cenário sempre afetou diretamente a desigualdade econômica entre os gêneros. Com menor formação e menor escolaridade, as mulheres ocupavam postos de trabalhos mais baixos, com menores salários e continuavam dependendo dos homens financeiramente, causando impacto para a sociedade, o que se reflete até hoje.
A partir do momento em que a mulher começou a estudar, passou a ter maior oportunidade e o ambiente educacional era muito propício à época. Uma das profissões que o público feminino buscava seguir, era do magistério, na Educação Básica, pois conseguiam conciliar a profissão à vida pessoal, já que podiam trabalhar meio período. Enquanto os homens tinham formação para lecionar no que hoje chamamos de Ensino Médio, além do Ensino Superior.
Acredito que essa mudança se deu a partir dos movimentos feministas que iniciaram no século XX quando as mulheres lutaram por direitos iguais em todas as esferas da sociedade e começaram a trabalhar fora atuando em diversos setores bem como na educação.
Hoje, temos um aumento significativo da presença feminina não só na educação básica, mas em todos os segmentos, liderando e promovendo mudanças. Isso torna o ambiente educacional mais plural e representativo para os estudantes, assim como contribui para o desenvolvimento de uma cultura mais inclusiva. Tema também da redação do Enem do ano passado voltado para mulheres, o que mostra cada vez mais o reconhecimento de seu espaço.
O cenário não muda só na educação, mas traz uma série de benefícios para a transformação da sociedade. À medida que as mulheres tornam-se agentes de mudança, maior o empoderamento e a representatividade nos cargos políticos que pensem em gestão pública e em programas específicos para enfrentar os desafios que afetam meninas e mulheres, bem como o reconhecimento de seu valor. Isso promove justiça social e igualdade de oportunidade para todos.
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Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna