Obesidade e doenças graves: relação cada vez mais estreita
Confira a coluna Tribuna Livre deste sábado (20)
Leitores do Jornal A Tribuna
A relação entre obesidade e doenças graves vem ganhando amplitude por meio de estudos que apontam o excesso de gordura corporal como fator de risco para diversos tipos de enfermidades. Hipertensão arterial, aumento do colesterol, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC), problemas renais, doenças cardiovasculares e câncer compõem a extensa lista de patologias causadas ou potencializadas pelo acúmulo de gordura no organismo.
A obesidade vem sendo alvo de estudos cada vez mais aprimorados que esclarecem e sustentam sua gravidade entre pacientes de todas as idades e condições clínicas. A prevalência da obesidade já alcança proporções preocupantes. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo IBGE, mais da metade dos brasileiros estão acima do peso e 25% enfrentam quadro de obesidade.
Uma outra pesquisa realizada pela Cleveland Clinic, revelou que pacientes que fizeram cirurgia bariátrica apresentaram 32% menos chance de desenvolver câncer a longo prazo.
O estudo mostrou ainda que os pacientes que foram submetidos ao procedimento apresentaram 48% menos chance de morrer da doença, caso sejam diagnosticados, em comparação com obesos que não perderam peso. No caso desses indivíduos, a cirurgia bariátrica se tornou benéfica por ajudar a combater um dos problemas de saúde mais graves da atualidade e, por isso, apresentam menos chances de contraírem neoplasias.
Quando se fala apenas em tumores malignos, a obesidade é um forte fator de risco para o desenvolvimento de pelo menos 13 tipos de câncer, como endometrial, de fígado, rins, mama, esôfago e colorretal, por exemplo. Estudos como o do Cleveland Clinic são importantes, não apenas para evidenciar o perigo que a obesidade traz para a saúde como para reforçar a necessidade de se buscar ajuda, visto que em muitos casos não é possível vencer o problema sozinho ou sem ajuda médica adequada.
A obesidade precisa ser tratada de forma individualizada e responsável, pois afeta o corpo e a saúde mental dos pacientes. Cada caso deve ser avaliado cuidadosamente para que, então, seja estabelecido um tratamento que traga resultados positivos.
O tratamento da obesidade traz consigo desafios peculiares no que tange ao combate da doença: a resistência, a negação e as muitas justificativas de alguns pacientes. E isso retarda os resultados exitosos que poderiam vir num espaço menor de tempo se não fossem essas dificuldades reais. É importante, acima de tudo, aceitar tais resistências e combatê-las no âmbito interno para, então, se aceitar a ajuda e as soluções apresentadas.
Importante, também, acreditar que há hoje diferentes tipos de soluções para combater a obesidade. Embora nenhuma delas seja fácil, o cumprimento das etapas e a disponibilidade de enfrentar os desafios dessa jornada trazem resultados que farão a diferença entre a saúde e a doença, com o acréscimo do resgate da autoestima perdida.
GIBRAN SASSINE é médico cirurgião do aparelho digestivo.
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna