O “Santos” do folclore Capixaba
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (22)
Leitores do Jornal A Tribuna
É bem verdade que nosso folclore tem a formação forte influenciada pelos europeus, inicialmente portugueses, pelos povos originários e pela grande nação africana.
Espalhados pelo Brasil, essas influências são mais ou menos fortalecidas, dependendo o quanto um determinado povo sobressaiu-se a outro. Esse conjunto de expressões culturais populares que englobam aspectos da identidade nacional, tais como: lendas, mitos, brincadeiras, danças, festas, comidas típicas e demais costumes que são transmitidos de geração para geração, onde muitas dessas ações tem características religiosas, e muitas vezes ligadas a algum santo católico. Porém, não são desses Santos que trataremos aqui.
A família Santos Neves, por sua genealogia que a nobre terra de Castro Alves nos presenteou no início do século XIX, foi sempre um destaque quando falamos de Folclore.
Já nas primeiras escritas, vemos a alma que brilha quando, um dos Santos, escreve sobre as diversas ações do cotidiano em sua vila (vide texto em Reminiscências de São Mateus). E assim, pulsa esse desejo familiar de estar e compreender as expressões culturais de nossa terra.
Devemos a eles todo um estudo sobre o registro dos aspectos culturais de nosso estado, onde o folclore mostra, de forma pujante, as diversas tradições que herdamos de cada ramo genealógico que compõe o povo Capixaba.
Conhecer nossas tradições faz parte de conhecer quem somos e fortalece a formação futura de nossa gente.
Destacamos, dos Santos que fizeram milagres preservando nossa cultura e história através de centenas de registros em textos, imagens, sons e romances ao longo de mais de um século: Guilherme Santos Neves, Luiz Guilherme Santos Neves e Reinaldo Santos Neves.
Nesse dia do Folclore Brasileiro, importante avultar o grande pesquisador, Guilherme Santos Neves, que desde a década de 1940, criou a base do desenvolvimento e formação cultural de nosso folclore, com a fundação do Centro Capixaba de Folclore, vinculado à Academia Espírito-santense de Letras; a Comissão Espírito-santense de Folclore, de que foi secretário geral, à frente de uma seleta equipe de pesquisadores formada por Renato Pacheco, Hermógenes Lima Fonseca, Christiano Fraga, Eugênio Sette, Eurípedes Queiroz do Valle, José Leão Nunes, Maria Penedo, Jair Dessaune, Fausto Teixeira e outros. Fundou o boletim Folclore, do qual foi editor até o seu último número, lançado em 1982, foi membro do IHGES e da Academia de Letras do Espírito Santo, onde ocupou a cadeira de José de Anchieta.
Participou como membro do Conselho Nacional de Folclore, juntamente com Câmara Cascudo, Renato Almeida, Edison Carneiro, Manuel Diegues Jr., Théo Brandão, Rossini Tavares de Lima, Dante de Laytano e outros. Escrevia rotineiramente para jornais, revistas, e chegou a ter, nos anos 1950, um programa de rádio para divulgar o folclore capixaba.
A realização de suas pesquisas do folclore capixaba cobriu quase todo o território do estado e resultou em centenas de estudos sobre as mais diferentes manifestações folclóricas, bem como em milhares de fotografias, inúmeras gravações em áudio e vários filmes.
Confirmamos assim que “Santo(s) de casa fazem milagres”.
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