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Leitores do Jornal A Tribuna

O que podemos aprender com o Japão sobre viver mais e melhor

Com quase 100 mil centenários, o Japão revela que a longevidade é fruto de cultura, propósito e cuidado coletivo

Marcio Almeida | 13/10/2025, 12:01 h | Atualizado em 13/10/2025, 12:01

Imagem ilustrativa da imagem O que podemos aprender com o Japão sobre viver mais e melhor
Marcio Almeida é CEO da Bluzz |  Foto: Acervo Pessoal

O Japão acaba de registrar um novo recorde histórico: quase 100 mil pessoas com mais de 100 anos de idade. Este é o 55º ano consecutivo de crescimento desse número, um marco que chama a atenção do mundo inteiro. Mais do que uma curiosidade demográfica, esse dado revela um fenômeno social e cultural que vai muito além da genética — é resultado de um modo de vida que valoriza o cuidado, a disciplina e a integração entre corpo, mente e comunidade.

Quando olhamos para a longevidade japonesa, percebemos que ela não é fruto apenas de avanços médicos. Ela nasce de uma cultura que entende o cuidar como um ato coletivo, e não apenas individual. Há um equilíbrio entre alimentação natural, rotina ativa, conexão social e propósito de vida. É o que os japoneses chamam de ikigai — a razão pela qual vale a pena acordar todos os dias.

Essa filosofia mostra que saúde não é ausência de doença, mas presença de bem-estar. E isso se constrói na relação entre pessoas, na prevenção e na atenção integral à vida.

Em um mundo que envelhece rapidamente, o grande desafio não é apenas viver mais, mas viver melhor. Isso exige uma visão de cuidado ampliada, que enxerga o indivíduo como um todo, com suas dimensões física, emocional e social. A longevidade japonesa nos ensina que o segredo não está apenas na medicina de ponta, mas na forma como cada um se relaciona com o tempo, com o outro e consigo mesmo.

Viver mais, com qualidade, passa por três pilares fundamentais: prevenção, acompanhamento e conexão. Cuidar bem antes é o caminho mais inteligente e humano, pois a prevenção permite evitar doenças e promover qualidade de vida de forma sustentável. O acompanhamento contínuo garante que cada pessoa seja vista de forma individualizada, com atenção e empatia. E a conexão representa a essência do bem-estar: compreender que saúde é relação — entre corpo e mente, entre indivíduo e comunidade.

O Japão mostra que políticas públicas consistentes, hábitos saudáveis e laços sociais fortes podem transformar o futuro de um país inteiro. Mas também nos lembra que longevidade sem qualidade de vida é apenas estatística. É preciso que o tempo vivido seja pleno de sentido, autonomia e bem-estar.

No Brasil, estamos apenas começando a trilhar esse caminho. A expectativa de vida cresce, mas ainda temos muito a avançar em termos de cultura de prevenção e integração do cuidado. O desafio é fazer com que as pessoas compreendam que saúde é um investimento diário, que começa nas pequenas escolhas — no que comemos, na forma como nos relacionamos, no quanto nos movemos e, principalmente, em como cuidamos da nossa mente.

Quando olhamos para o exemplo japonês, vemos que longevidade não é privilégio, é consequência. Consequência de uma sociedade que aprendeu que viver mais é sobre cuidar — de si e do outro — com consciência e propósito.

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