Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

TRIBUNA LIVRE

O artista e a política

Jornal A Tribuna | 22/04/2022, 14:40 h | Atualizado em 22/04/2022, 14:40
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


O artista ético não é oportunista, nem desleal com parceiros e o povo. Democrata convicto, deve acatar o resultado de uma eleição democrática, como expressão legítima da vontade da maioria.  Sua postura deve ser sempre, a vida toda, todos os dias, várias vezes por dia, a de criar obras concretas ou abstratas, do tempo ou do espaço, belas ou feias, para ajudar a formar a opinião política daqueles que observam o seu trabalho.

Agindo o ano todo com coerência, dispensa voz de comando na última hora: vote neste ou naquele candidato. Manifestar a sua vontade é legítimo, mas deve sempre manter uma postura suprapartidária. Isso é essencial para que o produto da sua criação original tenha valor próprio, estético, filosófico, e nunca seja percebido pela ótica sectária do ranço ou da filiação partidária. 

Assim, o artista terá voz com autoridade própria, oriunda de sua plataforma cultural, para colaborar e criticar o governo legitimamente eleito, mesmo que ele seja contrário a suas ideias e vontade. 

A arte não acontece no ato de construir a obra, ainda que virtuosa fica no vir a ser. Só se realiza quando a obra é exibida, apreciada e consegue sensibilizar alguém. O artista é um “operário” intrinsecamente político. O produto do seu trabalho só se completa com a participação do público. A natureza da arte é interativa, semelhante à do amor, não acontece sem parceria. Não existe amor de um só, nem arte sem público.

Picasso, ao impedir que Guernica, sua obra magna expressionista retornasse após empréstimo para exibição nos EUA, enquanto o sistema político Espanhol não se convertesse à democracia, fez pela democracia mais do que as guerrilhas republicanas. A ditadura de Franco e Guernica são sempre lembradas e execradas, em todo o mundo.

Nota: Tentando convencer um filho a entrar na política escrevi um decálogo do que seria a ação positiva de um deputado federal eleito pelo Espírito Santo.  Li o programa de quase todos os partidos e não encontrei nenhum que fosse democrático, cujas decisões emanasse do conjunto dos membros. Ao ingressar em qualquer um deles percebi que colocam um cabresto no filiado. Ele perde a personalidade, a independência, e tem que seguir a orientação partidária ou será expulso. Todos os partidos têm um dono e o seu interesse é próprio, nada democrático. Não há possibilidade de independência. 

O texto escrito neste ano eleitoral foi para fortalecer a plataforma política cultural e manter a ética da nossa classe. Se formos filiados, quando elogiamos ou criticamos algum político não lembrarão do artista (pintor, músico, escritor, ator...), mas apenas do rótulo: “Ele está dizendo isto porque é do partido X ou Y.”  

O Concílio Vaticano II, trouxe os membros do clero de volta para a plataforma religiosa, quase não existem padres e bispos candidatos nas eleições. A igreja ficou fortalecida, respeitada e ouvida.

KLEBER GALVÊAS é pintor e escritor

SUGERIMOS PARA VOCÊ:

Tribuna Livre

Tribuna Livre, por Leitores do Jornal A Tribuna

ACESSAR Mais sobre o autor
Tribuna Livre

Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna

Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna

Tribuna Livre