O surgimento da pandemia da covid-19 fez um estrago generalizado. É fato. Perdemos pessoas queridas, perdemos dinheiro, perdemos crescimento, perdemos bons momentos, perdemos tempo das nossas vidas.

No meio de tantas perdas, fazemos o importante exercício de tirar delas lições. Sem dúvida, uma coisa que aprendemos ou, se já sabíamos, ficou mais evidente foi a necessidade de cuidar da saúde, tanto física quanto mental.

Parece clichê, mas é a mais pura verdade, quando dizemos que “o importante é ter saúde, do resto a gente corre atrás”.

Com saúde, trabalhamos para ganhar dinheiro. Com saúde, aproveitamos a vida. Com saúde, batalhamos pelos nossos ideais.

Sem saúde, entretanto, não conseguimos nada. Vimos, na pandemia, pessoas de todas as classes sociais morrerem. Não há vida que resista à falta de saúde.

O problema é que esse choque de realidade, que faz com que as pessoas se preocupem mais com a saúde, entra em rota de colisão com outro choque de realidade: o difícil acesso a eles. 

Estamos, então, passando por um momento delicado. O aumento da demanda por cuidados de saúde e a oferta precária deles fizeram piorar um problema que já vivíamos mesmo antes da pandemia. Aumentou a espera por atendimento médico e realização de exames e cirurgias. 

Na rede pública,   é preciso esperar meses para conseguir uma consulta com especialistas. Exames, principalmente os mais complexos, têm uma enorme fila de espera. Não é raro ver casos em que, quando ocorre a liberação, o paciente já até faleceu. 

A população encontra uma saída na rede privada, mas os valores nem sempre se encaixam na realidade de quem precisa.Infelizmente, até quem tem plano tem esperado por consultas e exames.

Esse cenário está exigindo do mercado intensa inovação e muito aprimoramento. Estamos diante do desafio de democratizar o acesso ao atendimento na área da saúde.

Nesse sentido, estão surgindo novos estabelecimentos, com o propósito de ofertar serviços com preços mais acessíveis, sem deixar de zelar pela qualidade.

E não basta proporcionar acesso à saúde. É preciso oferecer tratamento humanizado. Na área da saúde, em especial, esse tratamento precisa ser ainda mais cuidadoso, principalmente porque quem busca consultas e exames encontra-se, geralmente, mais fragilizado.

Precisa ser bem recebido, necessita de um olhar empático, quer marcar uma consulta com facilidade e ser atendido pontualmente, por profissionais competentes, educados e atenciosos.

Esse é o atendimento em saúde do futuro, baseado na união entre profissionais de diversas áreas, incluindo  pessoal da limpeza, do administrativo, da equipe médica, enfim, todos em torno do propósito de entregar aos pacientes respeito, carinho e mais cuidado.

LEONARDO GUIMARÃES é farmacêutico-bioquímico e empresário da área da saúde.