Nova Base Nacional Curricular Comum e a educação 4.0
Leitores do Jornal A Tribuna
Estamos diante de um mundo VUCA (Volátil, incerto, complexo, ambíguo). Mudanças maiores do que na revolução industrial do século 18 irão tomar nossas vidas. As tecnologias 4.0 (inteligência artificial, robótica, internet das coisas, impressora 3D, realidade virtual e aumentada, internet 5G) irão transformar as maneiras de fazer tudo na sociedade. Profissões irão desaparecer e muitas outras surgirão (alguém imaginava um minerador de dados, por exemplo?).
A educação brasileira precisa avançar para patamares próximos dos países de primeiro mundo. Chamamos de educação 4.0 a forma de preparar nossas crianças e jovens para este novo mundo 4.0. Neste bojo instala-se a nova BNCC (Base Nacional Curricular Comum).
O que muda na educação 4.0? As mudanças necessárias são as já previstas pela nova BNCC. Um ensino mais prático e significativo associando as ciências e linguagens ao contexto digital e das novas tecnologias.
Além disso, há o uso de metodologias ativas onde o aluno passa a ser protagonista e capaz de solucionar problemas e fazer projetos reais de forma sustentável e associando tecnologias 4.0.
Sobretudo, desenvolver as competências e habilidades socioemocionais, devidamente contempladas nas 10 competências gerais da BNCC.
Das dez, 6 são no âmbito socioemocional: pensamento crítico, científico e criativo; senso estético, capacidade de comunicação e argumentação; auto gestão, auto conhecimento e auto cuidado; empatia e cooperação; autonomia.
Para um aluno protagonista e desenvolvendo estas competências socioemocionais, a BNCC propõe para o ensino médio um direcionamento para quatro pilares para ser mais prático e significativo: Investigação científica, Mediação e intervenção sociocultural, Processos criativos e Empreendedorismo.
Na direção da educação 4.0 temos também como referência as top 10 habilidades prevista pelo Fórum Econômico Mundial: Solução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gestão de pessoas, empatia, inteligência emocional, bom senso e tomada de decisão, orientação para serviço, negociação e flexibilidade cognitiva.
Integrar todos esses novos objetivos dando mais significado ao aprendizado das quatro áreas da educação básica: matemática, ciências da natureza e humanas, linguagens (agora com a digital) e todas as tecnologias modernas, é o grande desafio.
Temos um grande desafio para a educação brasileira. Preparar os jovens para serem líderes e solucionadores integrados com as tecnologias 4.0.
A Base Nacional contempla e exige, como não poderia deixar de ser, uma formação sólida em matemática e linguagens e a possibilidade de escolha de um itinerário formativo com um leque de opções para o jovem.
Será necessário fazer ajustes na prova do Enem, bem aguardado por todos.
Fernando Cobe é diretor de colégio de educação básica e cursos técnicos
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