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Nelson Rodrigues, o guardião da palavra, faria hoje 108 anos

| 23/08/2020, 08:44 h | Atualizado em 23/08/2020, 08:48
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna



          Imagem ilustrativa da imagem Nelson Rodrigues, o guardião da palavra, faria hoje 108 anos
Manoel Goes Neto é presidente do IHGVV e diretor no IHGES |  Foto: Acervo Pessoal

Teatrólogo, jornalista e escritor brasileiro, Nelson Falcão Rodrigues, conhecido também por suas frases impactantes: “O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte” e “A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada”, nasceu em 1912, ano em que Oswaldo de Andrade disse: “Estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo”.

Lá vinha Nelson Rodrigues, trinta anos depois, trazer a modernidade, não à poesia, mas ao teatro nacional.

Nelson teve uma vida atribulada, casos que lhe renderam até filhos fora do casamento, entrada e saída de empregos; sempre à procura de melhores salários e escritos que lhe renderam proibições por motivos diversos: pela imoralidade dos diálogos, pela violência dos atos nas peças, pelas ofensas à moral cristã, pela encenação de abortos; ao que o dramaturgo sempre respondia, com a palavra.

Nelson Rodrigues era assim: usava a palavra para defender a palavra, usava a censura como “arma publicitária”.

Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda a sua paixão por futebol, um torcedor do Fluminense apaixonado que sempre dizia: “Grandes são os outros, o Fluminense é enorme...”

Se estivesse vivo, Nelson Rodrigues completaria hoje 108 anos. Foram muitas as denominações para o “anjo pornográfico”, que fez história ao lançar a peça Vestido de Noiva, em 1943, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sua consagração como dramaturgo. A peça trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista nos palcos brasileiros. 

Com seus três planos simultâneos (realidade, memória e alucinação construíam a história da protagonista Alaíde), as inovações estéticas da peça iniciaram o processo de modernização do teatro brasileiro. No teatro, foram 17 peças. Para o cinema, foram 23 adaptações. Ele é considerado o mais influente dramaturgo do Brasil.

Politicamente, gostava de se intitular como um reacionário. Chegou a apoiar o Regime Militar Brasileiro e elogiar o governo do presidente general Emilio Garrastazu Médici (64/74), o período de maior onda de repressão política no país, mas também tempos do “Milagre Econômico”, com a economia estabilizada e em crescimento.

No final da vida, após ter seu filho Nelsinho Rodrigues preso e torturado, Nelson revisou seus posicionamentos e militou pela anistia “ampla, geral e irrestrita” aos presos políticos. Nelson Rodrigues faleceu em dezembro de 1980, deixando um legado de obras literárias abertas a estudos e a discussões. Suas opiniões são de uma clareza e sinceridade difíceis de serem encontradas nos dias de hoje.

Em tempos de bullying, “trollagem” e outras ofensas e perseguições ideológicas, nada mais necessário do que um feroz defensor da liberdade de expressão e do pensamento. Até hoje, os espetáculos de Nelson Rodrigues ganham dezenas de remontagens. Além de suas peças, seus romances, contos e crônicas também ganham versões teatrais.

MANOEL GOES NETO é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha e diretor no IHGES.

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