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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Negro: o crime não é o seu lugar!

Coluna foi publicada nesta quarta-feira (17)

Luiz Antônio de Souza Silva | 17/01/2024, 10:39 h | Atualizado em 17/01/2024, 10:41

A morte de Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, que iria assistir ao show de Taylor Swift, mas, pouco antes, no decorrer de um roubo, foi esfaqueado nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, retrata o triste quadro da realidade brasileira.

Apesar da irreparável consequência e brutalidade do crime, não me recordo de manifestações ruidosas a respeito. A vítima era branca. Um homem negro, suposto autor do crime, como infelizmente não é incomum, já fora preso diversas vezes, inclusive, poucas horas antes de ser solto no dia anterior, devido ao furto de 80 barras de chocolates de uma loja de departamentos.

O lugar comum é a justificada revolta com essa banalização, já que, para qualquer vítima, independentemente da cor da pele dela ou do autor, a gravidade do crime é ela que sente, não absorvendo que alguém possa ser preso e solto, tão rápida e reiteradamente, apesar de o intérprete da lei não necessariamente querer fazê-lo, diga-se de passagem!

E, mesmo com esse quadro, segundo dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão, atualmente o número de pessoas privadas de liberdade, somado às que se encontram com mandados para cumprimento, chega a mais de um milhão, no Brasil.

A verdade é que anos se passam e a situação só se agrava, até porque, no fundo, a prisão é apenas mais um dos indicadores sociais amplamente desfavorável ao povo negro, logo, sendo essa espécie de “visita de rotina”, tratada como se fosse uma sina, enquanto o corpo mais se aproxima do ocaso de uma alma que se envenena de toxina...

O crime consolida a atual escravidão do negro que desiste de lutar! Armas e argumentos para essa desgraça jamais faltarão, muito pelo contrário! Aliás, a sabedoria popular ensina que “quem te apoia na vida errada, gosta de tudo. menos de você”!

Nunca saiu de minha memória o título que resume muito mais do que todo o texto publicado na Folha de São Paulo, em 29 de abril de 2007, escrito por Élio Gaspari: “Negro incomoda quando sai do seu lugar”!

No artigo, citando o professor Carlos Antônio Costa Ribeiro, do Iuperj, ele indica que “a discriminação racial ocorre principalmente quando posições sociais valorizadas estão em jogo”.

Como crime e cadeia não são posições sociais privilegiadas, inconscientemente incorpora-se esta moderna forma de escravidão, nesta terrível rotina de lugar, que o amor-próprio do negro deve ser o primeiro a rejeitar.

Crimes não cometeram, inúmeros negros que morreram, a partir do tráfico negreiro; apesar de pouco celebrados, imigraram forçados, aqui trabalhando na construção do país inteiro; sua força para lutar, na busca por melhor lugar, honra e molda a história desse povo guerreiro!

Logo, não se pode desperdiçar, esse vigor necessário para mudar, indicador social que teima se acomodar, quando o negro ocupa “seu lugar” no crime, virando ou não prisioneiro... Tão diferente de quando se trata da verdadeira liberdade e da democratização do poder e do dinheiro!

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