Mamografia, a prevenção que salva vidas
Dia da Mamografia, data que reforça a necessidade do exame.
Leitores do Jornal A Tribuna
A mamografia é, reconhecidamente, importante ferramenta para o diagnóstico do câncer de mama, o que auxilia na detecção precoce e redução do número de mortes de muitas mulheres afetadas pela doença. Todos os anos, campanhas e movimentos são encabeçados no sentido de conscientizar o público feminino sobre a importância da realização regular desse exame, levando em conta, principalmente, que o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres.
Dia da Mamografia, data que reforça a necessidade do exame.
Os benefícios da mamografia ganharam evidência em um estudo chamado “Beneficial Effect of Consecutive Screening Mammography Examinations on Mortality from Breast Cancer: A Prospective Study” (Efeitos benéficos do rastreamento consecutivo por meio de mamografia sobre a mortalidade por câncer de mama: um estudo prospectivo).
A pesquisa concluiu, entre outros pontos, uma realidade já conhecida: a mamografia reduz o risco de morte entre mulheres com essa neoplasia.
O estudo, entretanto, foi além e mostrou a importância da regularidade do procedimento. Mulheres que deixaram de fazer a mamografia programada, antes de um diagnóstico de câncer de mama, enfrentaram um risco significativamente maior de óbito como consequência da doença.
Sabemos que a realização da mamografia também depende de outros fatores que vão além da vontade. Principalmente quando se refere à rede pública de saúde, devido a dificuldades recorrentes, como a demora em marcar o exame, consultas e tratamento da doença, quando diagnosticada.
Tais enfrentamentos acendem um alerta para a necessidade de um serviço de saúde pública eficaz, que possibilite um diagnóstico precoce e um tratamento assertivo.
E essa sempre será uma pauta atual, um debate constante que visa ao oferecimento de um serviço que beneficie a todas as mulheres, e não apenas uma parcela.
Afinal, não adianta falar da importância do exame se ele não for acessível para todas.
Outro ponto a ser observado diz respeito àquilo que estabelecemos como prioridade. Quando se fala em saúde, o que vemos no topo da lista de urgências é a luta para vencer alguma doença já estabelecida.
No entanto, quando o assunto é prevenção, muitas vezes as ações que efetivamente ajudam a evitar as enfermidades ou detectá-las em tempo hábil são deixadas de lado em razão de necessidades mais momentâneas.
Uma realidade preocupante, bastante discutida no ano passado, foi a queda no número de mamografias no período da pandemia. Boa parte desses casos é atribuída aos problemas estruturais seriamente afetados pela crise sanitária. Outros, no entanto, não foram feitos porque o exame deixou de ser tão importante.
Vale, portanto, em qualquer tempo, se conscientizar da importância dessa ferramenta que tanto contribui para a saúde das nossas mulheres. E dentro da realidade e das condições de cada uma, vale priorizar esse aliado tão precioso que pode fazer uma grande diferença entre a saúde e a enfermidade.
THAISSA TINOCO é médica ginecologista e mastologista
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