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TRIBUNA LIVRE

Mais um ano que se vai e o tempo parece até voar

| 23/12/2019, 08:36 h | Atualizado em 23/12/2019, 08:38
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


Sem dúvida, o tempo parece até voar. Há poucos dias – pelo menos é o que parece – estávamos comemorando a chegada de um novo ano e, sem mais nem menos, já estamos às portas de 2020.

Os dias e as horas escorrem entre os nossos dedos sem darmos conta disso. Já encontramos explicações científicas afirmando que o tempo está passando mais depressa.

Em artigo que escrevi há tempos, referi-me à chamada Ressonância de Schumann, que esse físico alemão publicou em 1952, desenvolvendo a ideia de que o tempo estava realmente encolhendo.

Não voltei a ver qualquer coisa a esse respeito. Ideias, explicações, teorias, tudo serve para justificar essa nossa terrível sensação de que o tempo passa, hoje, bem mais depressa que nos temos de nossa juventude.

Pelo menos, para isso tenho explicação. Quando somos jovens, atribulados com nossos estudos colegiais e universitários, temos a sensação de que o tempo não passa, pois estamos ansiosos para

nos tornarmos adultos e alcançarmos o sucesso profissional na área que escolhemos.
Com o passar do tempo, essa sensação muda. Quando os anos encanecem nossos cabelos ou a genética nos roubam fio por fio, até alcançarmos uma calvície que a alguns incomoda e a outros – como eu – nunca foi um problema.

Quando percebemos que nossa visão já não alcança as letras miúdas que estávamos acostumados a ler com olhos nus.

Quando nossas mãos, outrora firmes e fortes, trocam essas qualidades por deformações e dores articulares.

Quando percebemos que é uma gratificante façanha encontrar uma posição que não seja desconfortável para a nossa coluna, seja ao sentar, seja ao deitar.

Quando todas as manhãs, ao meio-dia e ao deitar, temos de nos lembrar dos vários comprimidos, cápsulas ou gotas que temos de tomar, buscando um certo equilíbrio para nossas funções vitais.

Quando em diversas situações temos sempre uma pessoa – sem dúvida muito gentil – a nos sugerir cuidado com o degrau, atenção por onde vamos passar, e mil conselhos semelhantes.

Quando percebemos que, sem esses cuidados, costumamos tropeçar e até cair, tendo de sujeitar-nos a ser levantados por outras pessoas, também gentis, mas não sem um ponta de orgulho ferido.

Quando algum conhecido nos vê tomando aquele vinho espanhol que adoramos, ou quem sabe um excelente escocês 12 anos de puro malte, e aconselha: “Cuidado com o fígado!”

Enfim, quando chegamos em casa e nos olhamos no espelho, vendo no rosto tantas rugas que ali nunca estiveram, ficamos matutando: “É... o tempo está passando depressa demais!”

Vem então aquele desconforto de estarmos passando por tantas vicissitudes, mas sem poder confidenciá-las para nossos familiares, pois ou eles não darão, a tudo isso, a devida atenção e solidariedade, ou dirão que reclamamos demais, pois estamos muito bem.

Mal sabem eles que as aparências enganam, e que essa verdade um dia será, por eles, plenamente vivenciada. E em experiência própria.

EVALDO D'ASSUMPÇÃO é médico e escritor

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