Jovens buscam cada vez mais por programas de aprendizagem
É o momento para ampliar mais a oferta, pensando na formação de profissionais qualificados para o mercado
Leitores do Jornal A Tribuna
Após um período de desafios em todas as áreas, por conta da pandemia de covid-19, finalmente caminhamos para a volta à normalidade. No primeiro semestre de 2022 registramos números animadores de geração de emprego e aumento de alguns índices.
No âmbito do estágio e da aprendizagem, a demanda também continua aquecida e não faltam oportunidades para estudantes darem o primeiro passo na carreira.
E não é só a demanda que está aumentando, a procura segue o mesmo ritmo. Recentemente, a Exame publicou dados do Google Trends, plataforma de análise e métrica de buscas sobre pesquisas dos usuários brasileiros a respeito do tema trabalho.
Segundo a análise do buscador, após atingir, em 2020, o nível mais baixo de interesse da última década, o interesse por vagas voltou a subir no Brasil.
Outro indicador relevante nos dados do Google é o forte aumento de buscas por “Jovem Aprendiz”: é o segundo maior patamar desde o início da série histórica, em 2004. Por enquanto, o pico de buscas ocorreu durante o ano de 2016.
As consultas por “jovem aprendiz” inverteram a tendência de queda em 2021 e cresceram 46% ante 2020. Nos últimos 12 meses, de março de 2021 a abril de 2022, as consultas pelo programa cresceram 40% na comparação com o período anterior.
Regido pela Lei 10.097/2000, de 2005, o Programa de Aprendizagem promove a inserção de jovens e adolescentes ao mundo do trabalho, garantindo a manutenção do vínculo escolar e contribuindo com a criação de oportunidades para o combate das desigualdades sociais.
Os aprendizes são, geralmente, jovens de 14 a 24 anos, que devem estar cursando ou ter terminado o ensino médio ou fundamental em uma escola pública.
Num cenário em que os que mais sofrem com a crise econômica são os jovens e a população mais pobre, o Programa de Aprendizagem reafirma sua importância por ser focado, justamente, no atendimento de adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Quando os resultados do Google mostram que a busca por ele tem crescido, é sinal de que há pessoas não só um emprego para ter uma fonte de renda, mas principalmente, manter-se estudando, pois o programa está atrelado ao ensino e oferece qualificação.
Ao entrar em programas de aprendizagem, o jovem é inserido em um ambiente com outras realidades e perspectivas. Tem contrato de trabalho regido pela CLT, com diretos trabalhistas como férias, 13º salário, salário-mínimo hora, auxílio transporte, FTGS de 2% e benefícios quando são ofertados pela empresa. Para milhares de jovens cheios de potencial, esse é um pontapé capaz de transformar a realidade não só do adolescente beneficiado, mas da sua família e o País como um topo.
Este é o momento para ampliar mais a oferta, pensando num futuro de transformação da realidade social e de formação de profissionais qualificados para o mercado.
JOSSYL CESAR NADER é superintendente do CIEE-ES.
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