Italianos votam para escolher os seus representantes
Leitores do Jornal A Tribuna
Até o início de dezembro os cidadãos italianos vão escolher os novos representantes do Com.It.Es, que é o comitê dos italianos no exterior. A entidade foi criada pela Itália, em 1994, para dar apoio aos seus cidadãos no exterior. Na mesma ocasião, foram abertas vagas para se eleger representantes para a Câmara dos Deputados e ao Senado italianos. Podem votar maiores de 18 anos, com cidadania italiana.
Espírito Santo e Rio de Janeiro fazem parte da mesma circunscrição, que elege 12 representantes (os Consiglieri). No Brasil existem outras seis, mas as eleições dos Comitês acontecem nos países onde moram italianos.
Para esta votação, os cidadãos devem solicitar ao Consulado o envelope com a cédula. O pedido pode ser feito online (serviziconsolari.esteri.it) ou preenchendo manualmente um formulário, indicando o endereço onde quer receber a cédula com os nomes dos candidatos.
Essa solicitação deve chegar ao Consulado do Rio até o dia 3 de novembro e pode ser feito por e-mail. O eleitor deve anexar a cópia de um documento válido: passaporte italiano ou brasileiro, Identidade (menos de 10 anos), ou a CNH, para certificação dos dados e assinaturas.
Assim que receber o envelope, os eleitores devem escolher até 4 nomes, de uma mesma chapa. Votos em candidatos de chapas diferentes serão anulados. Os envelopes devem ser devolvidos aos Correios, com postagem gratuita, a tempo de chegar ao Consulado Geral até o dia 3 de dezembro.
O processo de votação é ainda arcaico e carece de melhorias: as cédulas são impressas e remetidas aos cidadãos, via Correios. Porém, muitos não recebem o envelope, seja por falta de registro, seja pelos erros nos dados ou pela falta de atualização das informações por parte dos cidadãos. Há um estudo para se adotar o voto eletrônico, que será testado em São Paulo, já nestas eleições.
O Com.It.Es é um conselho consultivo. Apesar das limitações impostas pela atual legislação, definidas pelo governo italiano, sua atuação pode ser ampla e muito depende da iniciativa dos seus conselheiros, que atuam como voluntários. O melhor exemplo é a mobilização que coordenamos, desde 2015, para a conquista do Sportello Consolare (Escritório Consular), em funcionamento desde novembro passado, e o anúncio da instalação da Agenzia Consolare, entre outras iniciativas.
São duas as chapas concorrentes, no total de 27 candidatos, dos quais 17 são residentes no Espírito Santo e 10 no Rio de Janeiro, embora o Estado fluminense tenha a maioria dos votos (60%).
Um consulado independente é o sonho dos ítalo-capixabas, o que favorece os ítalo-cariocas, para a dupla-cidadania, o passaporte e outros serviços. É essencial para se fortalecer o intercâmbio com a Itália e uma porta aberta à União Europeia. Para tanto, é necessário que mantenhamos essa mobilização, com a participação mais ampla possível de todos os que possuem a cidadania italiana nestas eleições.
Cilmar Cesconetto Franceschetto é conselheiro do Com.It.Es RJ-ES e membro da Comunità Italiana do Espírito Santo.
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna