Importância da análise criminal no combate à violência
Leitores do Jornal A Tribuna
Temos visto recentemente, em todo o Brasil, a utilização de ferramentas tecnológicas no auxílio às forças policiais para desvendar crimes. Neste diapasão, é importante saltar do mero pragmatismo e da visão conceitual da ação policial para um processo analítico e sistemático de produção do conhecimento.
A análise criminal tem como objetivo apoiar as áreas operacionais e da gestão administrativas das organizações policiais, orientando o planejamento e emprego de recursos humanos e materiais no sentido da prevenção e repressão do fenômeno da criminalidade e da violência.
Esta contribui para as atividades de investigação, prisão de delinquentes, esclarecimento de crimes e também da prevenção criminal.
É importante esclarecer que a análise criminal não deve ser confundida com as atividades de inteligência. Uma trata da gestão científica da segurança pública. A outra, de outros fatores pela busca de informações em fontes fechadas, ou seja onde o dado não está disponível. Segundo especialistas, a análise criminal é realizada com base em registros públicos de ocorrências policiais ou por intermédio de dados produzidos por pesquisas amostrais.
Estamos tocando neste assunto, pois é preciso ressaltar que, no Espírito Santo, ocorreu uma iniciativa louvável e exitosa , que foi do Instituto Jones dos Santos Neves: elaborar um curso de aprimoramento de agentes de segurança pública em análise criminal.
Com isso, o instituto se colocou como grande incentivador e protagonista no auxílio à formação de servidores em uma área que muitos ainda não conheciam.
Na verdade, algumas Academias de Policia do Brasil e também o Ministério da Justiça, através da Secretaria de Ensino, possuem esta disciplina em suas matrizes curriculares, mas ainda de forma superficial, considerando a importância do tema e da matéria.
Está mais do que provado, que ações policiais com grande número de efetivo policial, sem um planejamento específico, sobre os pontos importantes e nas áreas quentes da criminalidade só aumentam gastos desenfreados, sem o resultado que se quer alcançar.
Assim, na era da tecnologia da informação, são necessários melhores sistemas de tecnologia para facilitar e agilizar os serviços prestados aos cidadãos. Tais como treinamentos contínuos, gestão operacional do sistema, organização do banco de dados, elaboração de um manual de procedimentos, visando a uma boa arquitetura geral. Desta forma teríamos informações que permitiriam identificar fatores condicionantes do crime e da criminalidade.
Espera-se que esta ferramenta não seja utilizada apenas para prender homicidas, mas também pessoas envolvidas em organizações criminosas e lavagem de dinheiro, pois estes crimes consomem o erário público e aviltam o estado de direito.
Portanto, esta nova visão nos joga na busca de outros caminhos, na visão da inteligência e da tecnologia, e no aprimoramento pessoal de todos os agentes de segurança pública.
Joel Lyrio Junior é delegado de polícia e diretor da Academia de Polícia Civil/ES.
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