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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Impactos do isolamento social na violência contra a mulher

| 31/07/2021, 15:14 h | Atualizado em 31/07/2021, 15:17

Imagem ilustrativa da imagem Impactos do isolamento social na violência contra a mulher
Rogério Fernandes Lima é tenente-coronel da Polícia Militar do Espírito Santo e bacharel em Direito |  Foto: Acervo Pessoal

A pandemia mudou a vida das pessoas e as formas de se relacionar. Medidas sanitárias tiveram que ser adotadas para o controle da covid-19, entre elas o isolamento social, o que fez as pessoas passarem mais tempo dentro de casa com os seus familiares.

O que, em princípio, deveria ser algo salutar, o convívio familiar demonstrou o quanto a nossa sociedade anda intolerante, haja vista o aumento dos casos de violência doméstica contra os idosos, as crianças e as mulheres, muitas vezes carregados pelo abuso de álcool e drogas.

No caso específico das mulheres, de acordo com os dados da ONU Mulheres, o isolamento social elevou o número de denúncias para as autoridades por violência doméstica de 30% no Chipre, 33% em Singapura, 30% na França e 25% na Argentina, tornando a casa um local perigoso para as mulheres.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), ao publicar recentemente o “Anuário Brasileiro de Segurança Pública”, traz um retrato do quadro no Brasil: há uma redução das notificações de violência contra mulheres e meninas.
Contudo, mesmo com a diminuição no número de registros, o índice continua alto – 230.160 ocorrências.

Segundo o FBSP, diariamente mais de 600 mulheres procuram as delegacias de polícia para denunciar algum tipo de violência. Porém, devemos considerar que há uma subnotificação de casos, haja vista que, com o isolamento social, o abusador ficou mais tempo dentro de casa, dificultando as mulheres de procurarem uma delegacia ou mesmo acionar o 190 – e nem todas possuem acesso à internet.

A crise econômica produzida pela pandemia, com o aumento do desemprego e a diminuição de renda e oportunidades para as mulheres, é outra responsável pela subnotificação de ocorrências, reforçando a dependência financeira da mulher em relação ao marido, fazendo com que elas não denunciem os seus agressores por temerem passar necessidades pessoais ou colocar os seus filhos em dificuldades. Realmente não é fácil.

Diante desse cenário e da dificuldade das vítimas em pedir socorro, surgiram várias iniciativas públicas e privadas por meio de canais silenciosos para denunciar.

O Conselho Nacional de Justiça lançou a campanha “Sinal vermelho contra a violência doméstica”. A iniciativa já existe em outros países e começou a funcionar no Brasil. No Espírito Santo, já virou lei.

A mulher vítima de violência mostra a palma da mão marcada com um X vermelho feito de batom ou outro material ao atendente de uma farmácia, que aciona a Polícia Militar para socorrê-la.

Mas também é importante ao cidadão comum saber identificar esses sinais silenciosos para acionar a Polícia para socorrer a vítima.

A solução passará mais pela reestruturação das famílias, com ênfase na educação e no respeito ao próximo, do que numa luta de gênero ideologizada. Não cabe mais o ditado de que, em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Deve-se, sim, meter a colher e salvar vidas.

ROGÉRIO FERNANDES LIMA é especialista em Segurança Pública.

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