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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Ilha da Trindade, um tesouro desprezado

| 26/12/2019, 08:33 h | Atualizado em 26/12/2019, 08:38

Um dia o petróleo vai acabar. Árabes, pensando nisso, têm investido expressivo capital na criação de ilhas. Aterram o mar e, nessas ilhas, criam paisagismo, marinas, hotéis, cassinos, casas, praças, teatros, shoppings etc. Esses ambientes artificiais, ecologicamente monitorados, atraem turistas de todo o mundo. O capital investido é multiplicado ao longo dos anos.

Se a questão relativa aos royalties resultar inglória para o Espírito Santo, o consolo é que já temos a nossa ilha: cinco vezes maior do que Mônaco; quase duas vezes Gibraltar; 10 km2 de pura beleza e a mística dos “Mares do Sul”. Isto sem nos custar nada.

A Ilha da Trindade está em frente a Vitória, cerca de 1.200 km no mar, em linha reta. Na época de D. João VI (1817), cinco marinheiros, o capitão Devauxe e o Conde de Amerval fizeram a viagem Trindade-Rio num barco a remo.

A Ilha já foi portuguesa, inglesa e quase virou um país. Desde 1952, pela Lei Nº 732, faz parte do município de Vitória. Será o nosso “poço de petróleo” que nunca se esgotará, se incorporada economicamente ao Espírito Santo.

Trindade é a única ilha habitada, verdadeiramente oceânica do Atlântico Sul, que não é inglesa. Lá, a água submarina e a atmosfera são transparentes, e o clima muito agradável.

Ao contrário de Barbados, país das Antilhas, com 300 mil habitantes, sem nascentes nem lagoas, Trindade possui riacho perene, graças ao Pico do Desejado (620 metros de altitude).

A história de Trindade, com tesouros de piratas, cavernas, piscinas naturais, praias, tartarugas, samambaias gigantes e isolamento, é forte atrativo turístico.

A Ilha vem sendo estudada por cientistas desde o século XVI.

Não há porto nem aeroporto em Trindade. Quando da Guerra das Malvinas (1982), empresas americanas orçaram em US$ 450 milhões (R$ 1,8 bilhão) a construção desses terminais importantes.

A possibilidade única de um cruzeiro transatlântico interno, para um paraíso tropical nacional, representa excelente perspectiva para os três setores da nossa economia.

Hoje, nenhuma atividade econômica se sustenta sem preservar e sem valorizar o meio ambiente. Essa garantia é fundamental para nossa ilha.

O governo federal tem projeto de tombamento de Trindade. Não há nenhuma iniciativa política capixaba para deter essa ação radical que, se consumada, nos dará enorme prejuízo. Precisamos agir rapidamente.

São da Inglaterra todas as outras ilhas oceânicas no Atlântico Sul, inclusive as do arquipélago de Santa Helena, onde Napoleão morreu, situadas quase no mesmo paralelo de Trindade, do lado da África. Mas não consta que alguma de suas ilhas, ou qualquer outra ilha britânica tenha sido tombada.

A limitação de uso que o tombamento implica dificultará ou mesmo impossibilitará a integração econômica da nossa ilha com o continente. Vamos agir para integrar e desenvolver Trindade. Será atitude coerente com a nossa vocação turística, fonte de riqueza crescente e perene.

Kleber Galvêas é pintor

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