Futuro da saúde já está entre nós
Leitores do Jornal A Tribuna
Um dos grandes exercícios deste ano tem sido o de buscar sobrepor-se às dificuldades que vêm surgindo ao longo do caminho. As adversidades atingem os lares de milhares de cidadãos, a saúde, a economia e todos os demais setores da sociedade. Converter esses duros momentos de crise em oportunidades de crescimento e evolução é uma tarefa árdua, mas que pode transformar a realidade.
Diante do mais crítico cenário contemporâneo vivido em todo o mundo, é correto dizer que todos precisaram, de alguma forma, se reinventar. No dia a dia, nas relações sociais, no trabalho. Ao lançar um olhar mais atento ao segmento da saúde, o ato de reinventar-se foi uma exigência para administrar a demanda esmagadora e continuar salvando vidas.
O enfrentamento da Covid-19 mobiliza uma legião de profissionais na linha de frente, mas também nos bastidores exige que soluções rápidas sejam criadas para contornar a situação. O sistema de saúde como um todo está em teste diante de uma pandemia que torna tudo urgente.
Além de endurecer protocolos de atendimento, proteger a força de trabalho, e readaptar o formato de assistência, uma leva de atualizações chegou para ficar. O processo de digitalização, que já vinha acontecendo de forma gradual, foi acelerado, mas com o cuidado em não perder a relação humana.
Foram adotadas ações para continuar oferecendo os serviços durante este momento: telemedicina, visitas virtuais aos pacientes de Covid, boletim médico virtual, teletriagem, acompanhamento remoto de pacientes crônicos e gestantes, dentre outras medidas.
Inesperada, a pandemia pegou o mundo despreparado para sua maior crise de saúde. Entretanto, os meses de guerra contra a Covid-19 têm sido de aprendizado e fortalecimento. As soluções criadas para adequar as nossas vidas à nova realidade chegaram para ficar. Os protocolos de atendimento e distanciamento certamente irão nos acompanhar durante muito tempo.
Os métodos tradicionais de atendimento, restritos às paredes do consultório, podem não ser mais suficientes. A prática da medicina digital é o início de uma nova era no jeito de cuidar.
Investimentos em pesquisas terão de ser feitos para explorar as melhores ferramentas, como o uso de inteligência artificial, entre outras soluções disponíveis, para permitir o acesso à saúde com maior segurança e qualidade.
As estratégias para o enfrentamento da pandemia continuam no foco, mas também é preciso olhar para o futuro de médio e longo prazo. Como incorporar as novas necessidades às nossas rotinas de forma contínua? Como todos os setores da sociedade podem se unir para lidar com as adversidades de forma conjunta? Precisamos nos antecipar e planejar formas de minimizar os impactos sociais e econômicos que esperam por nós no pós-pandemia.
É importante reforçar a responsabilidade de cada cidadão no combate à pandemia, e no nosso papel enquanto agentes essenciais para que a retomada seja sustentável. Não podemos medir esforços para quebrar esse ciclo atual. Antes que uma vacina alcance a população de forma definitiva, continuar seguindo os protocolos de higiene e distanciamento é a única forma de manter o setor de saúde com níveis controlados de ocupação e a economia funcionando.
FERNANDO RONCHI é médico e presidente da Unimed Vitória.
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