Estresse em idosos, o mal que rouba energia e longevidade
Leitores do Jornal A Tribuna
O estresse afeta pessoas de todas as faixas etárias e se manifesta nas mais diferentes áreas da vida. Um mal que encontra brechas em variadas situações: relacionamentos desgastantes, gerenciamento de finanças, desafios da vida profissional e outros percalços.
Na terceira idade, o estresse também se faz muito presente, com o agravante de que pessoas de idade avançada são mais vulneráveis aos efeitos desse mal.
Em indivíduos mais velhos, o estresse pode ser causado por inúmeros fatores, entre eles as limitações que o avanço da idade impõe à pessoa. E como algumas dessas restrições afetam diretamente a autonomia do idoso, isso desencadeia um processo de estresse que, se não tratado, pode até evoluir para problemas mais graves, como depressão, quadros de ansiedade outros distúrbios.
Um estilo de vida menos ativo do que era antes da chegada da aposentadoria, a viuvez, crises financeiras, dependência de outras pessoas para fazer atividades básicas como tomar banho e se alimentar, estão entre as causas do estresse em idosos.
E, mais recentemente, veio o agravante da pandemia de covid-19, que impôs a todos nós uma rotina restrita, com distanciamento social que nos obrigou a ficar em isolamento, e tantas outras restrições. Hábitos nocivos, como tabagismo, alcoolismo e má alimentação são outros problemas relacionados ao estresse, que vai se acumulando a partir de uma rotina que não tem a saúde como prioridade e, de forma gradativa, traz consequências nada benéficas para a vida do idoso.
Independente das causas que ocasionaram esse quadro de estresse, é importante estar atento aos sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa, levando em conta o estado de saúde do idoso, as comorbidades já existentes e o temperamento de cada um.
Familiares e cuidadores precisam prestar atenção, principalmente, a reações que antes não eram tão comuns ou inexistentes, e agora se tornaram recorrentes. Irritabilidade, problemas gastrointestinais, palpitações, perda de apetite, insônia e falta de concentração são alguns sinais de alerta.
Infelizmente, muitos destes distúrbios acabam sendo ignorados e, por isso, acabam desencadeando outras complicações que afetam a saúde física e mental. Ou, ainda, agravando problemas já existentes e comprometendo a imunidade.
É fundamental, portanto, estar atento e buscar ajuda, principalmente junto a um médico de confiança, que irá orientar esse idoso a adotar os devidos tratamentos para, assim, impedir que problemas crônicos venham a surgir.
Vale lembrar que, mais do que o acúmulo dos anos, um indivíduo envelhece devido à carga de estresse na qual foi submetido ao longo de sua vida, muitas vezes subtraindo sua energia e sua vitalidade.
Acreditar que o estresse não merece a devida atenção é banalizar as implicações nocivas que esse distúrbio traz para a vida de todos e, infelizmente, irá impactar de forma bastante negativa aqueles que precisam e merecem desfrutar da longevidade com saúde e tranquilidade.
GUSTAVO GENELHU é médico geriatra.
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