Todos os países e blocos econômicos do mundo têm vivido crises. Podemos relacionar diversas: a queda da Bolsa de Nova York em 1929, o Embargo do Petróleo no conflito Árabe-Israelense em 1973, a Crise dos Gigantes Asiáticos em 1997 e atualmente as consequências da pandemia coronavírus (Covid-19) que tem contaminado pessoas de todo o planeta. A Covid-19 tem impactado diversos segmentos como agricultura, indústria, comércio e serviços em nível mundial.

No cenário atual, observa-se a redução da produção em toda a cadeia econômica, mudança no perfil de consumo das famílias, diminuição da arrecadação de impostos e tributos, aumento dos índices de desemprego, busca por programas governamentais de transferência de renda, postergação de pagamentos de fornecedores, dentre tantos outros problemas.

Todo este cenário nos alerta, ou já deveria ter sensibilizado, quanto à questão da adoção da educação financeira no dia a dia. É preciso promover políticas públicas que possam orientar quanto à administração e uso eficiente de seus recursos. É necessário que seus custos não ultrapassem os limites de seus rendimentos mensais, havendo a disponibilidade de valores para a poupança e investimentos de acordo com seu perfil investidor.

Talvez você pare e diga a si mesmo: “mas eu não tenho sobras para investir”. Ora, se você me permitir, lhe daria as seguintes sugestões: reserve um valor e promova investimentos rentáveis; registre suas despesas; defina um limite de custos mensais; busque opções de geração de renda extra (pode ser aula particular, o transporte por meio de aplicativo, o uso de seu veículo para trabalhar com delivery ou a venda de produtos pela internet).

Mas qual é o melhor investimento? Reflita sobre qual é o seu sonho. É uma viagem? É a aquisição de um carro ou a compra de um imóvel? Veja se é de curto, médio ou longo prazo. Identifique se o seu perfil investidor é conservador, moderado ou arrojado, por meio de questionários eletrônicos disponibilizados por corretoras de valores. Você vai se surpreender!

A educação financeira é de grande valia, pois pode auxiliar na redução de despesas, na melhoria do padrão de renda das famílias, na aquisição futura de ativos, no pagamento de despesas urgentes e não programadas como doença na família, ou até mesmo em uma atividade diferenciada de lazer.

Busque conhecer as iniciativas das instituições financeiras, do governo, do terceiro setor e demais entidades que fomentam a orientação sobre gestão de recursos e planejamento financeiro, seja para crianças, jovens e adultos.

Poupar não é simples sinônimo de poupança, mas o de dispor de informações para estar ciente dos riscos e das oportunidades de investimento financeiro para o seu bem-estar. Busque este aprendizado, pois educação financeira é para todos.

Ubirajara Correa é mestre em Políticas Públicas, especialista em Administração Pública.