Economia e sustentabilidade precisam caminhar lado a lado
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (28)
Há poucos anos, o debate sobre meio ambiente era reduto dos que defendiam que ação dos humanos interferia nas mudanças climáticas e dos que afirmavam que tais fenômenos eram cíclicos, isto é, que o planeta Terra passa por transformações periódicas. Ao que parece, esse debate já se esgotou e a sensação que temos agora é de que podemos fazer algo para melhorar onde vivemos e onde viverão as próximas gerações.
Sim, podíamos viver sem se preocupar com o lugar comum que habitamos, já que não estaremos mais aqui depois de algum tempo, mas o compromisso com a Terra e com as pessoas que agora vivem nela, e com as outras gerações, tem se tornado cada vez mais um bom motivo de preocupação de todos os agentes: pessoas, empresas, instituições e governos.
O professor Carlos Galvaes recorda que os seres humanos têm conquistado e modificado o meio físico, e suas atividades econômicas interferem na natureza de três modos: retirando dela recursos materiais e energéticos; transformando tais recursos em coisas úteis para outras empresas ou para o consumo das pessoas, e dispondo de resíduos produzidos pela exploração ou pelo consumo, muitas vezes sem possibilidade de reciclagem.
A exploração dos recursos naturais versus sustentabilidade pode ser comparada a uma moeda. Por muitos anos, a sociedade concedeu mais importância ao lado positivo da ação da humanidade sobre a natureza, por meio da edificação, extração e produção em bens para o consumo.
O outro lado representa os efeitos negativos das atividades econômicas, a exemplo do desflorestamento, da extinção de animais, da poluição do ar, do solo e das águas, além do problema do lixo advindo dos resíduos do processo de transformação das matérias-primas e do consumo residencial.
Como cultivar, criar, produzir e extrair com o menor impacto ambiental possível? O debate avança para inúmeras áreas do conhecimento e todos podem contribuir.
Pela sua formação e responsabilidade com o desenvolvimento sustentável, o economista possui uma nobre missão nesse debate. Na antiguidade, a economia era o ramo do conhecimento que tinha por finalidade a administração das comunidades familiares, da casa comum. Com o passar do tempo, aprimoraram essa definição para dizer que a economia é a ciência que se preocupa com a produção, circulação e distribuição de bens e serviços, olhando sempre para os recursos disponíveis, que são escassos.
Nesse sentido, o VII Encontro de Economia da Região Sudeste, que acontecerá em Vitória, nos dias 4 e 5 de outubro, quer conectar diferentes profissionais e economistas para discutir como políticas públicas e privadas desenvolvimentistas podem contemplar, ainda mais, ações de sustentabilidade, em sintonia com as boas práticas nacionais e mundiais e com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, encabeçada pela ONU.