Dois anos sem comemorar a Confraternização Universal
Leitores do Jornal A Tribuna
Vivemos uma época violenta. Preocupante, por sermos um povo tradicionalmente ordeiro e trabalhador. Criminosos sempre existiram, mas atualmente surgiram novos tipos de criminalidade: violência contra os povos indígenas, contra os negros, contra os homossexuais, contra as mulheres. Tantos óbitos por motivos fúteis!
E as centenas de milhares de falecimentos, em consequência da pandemia de covid-19, enlutando familiares, amigos e vizinhos. Nosso país demorou demais com a vacina e está sendo por faixa etária, No momento, a vacinação está avançando.
Mal conduzida, a política econômica ocasiona inflação absurda, aumentando assustadoramente a quantidade de pessoas em situação de rua. Famílias morando nas ruas, “roendo” os ossos descartados nos açougues, vivendo da caridade alheia. Muitas famílias, em suas residências, com o poder aquisitivo diminuído, adquirem menos alimentos. Infelizmente, as autoridades públicas, ao que parece, não compreendem o desespero de nossos irmãos.
Sem perspectiva de retornar a viver, um pouco tranquilo, o sonho de um país justo, realmente democrático, é agora um pesadelo.
Trabalhar é uma das dignidades do ser humano, e orgulho do povo humilde, que não merece sofrer assim. Somos um dos países mais desiguais.
Sem a prática efetiva de políticas públicas a nos atender neste momento crítico, amargamos um viver incerto. Sem emprego não há renda, sem renda não há comida nem como pagar aluguel. As pessoas pobres e negras suportam o peso maior da crise. A pobreza e o racismo precisam ser combatidos. É uma questão de humanidade.
As autoridades dos três poderes, por seus altos rendimentos, não percebem a carência popular. Ora, o Executivo e o Legislativo são constituídos por pessoas democraticamente eleitas para nos representar e o Judiciário é composto por pessoas designadas para que a justiça seja feita.
Portanto, os poderes devem zelar pelos interesses da Nação: transferência de renda, aprovando a reforma tributária, tributando as pessoas física e jurídica com altos rendimentos, garantindo saúde e educação de qualidade e a inclusão dos que não têm suas necessidades atendidas.
Com fé em Deus e o avanço da vacinação, breve acabará a pandemia, após dois anos de quarentena. Aliada à esperança de os poderes públicos se conscientizarem e respeitarem a Carta Magna, que juraram cumprir, o pesadelo acabará e voltará a ser o sonho de termos um país justo, realmente democrático.
Esperança em dias tranquilos, de paz, e assim possa a população, finalmente, festejar a Confraternização Universal, seja com parentes e vizinhos, seja na praia. Afinal, é comemorada como dia da paz mundial em quase todos os países.
ALDO JOSÉ BARROCA é escritor e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES) e da Associação Espírito-Santense de Imprensa (AEI).
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