Compromisso social das empresas e o reflexo na equipe
Leitores do Jornal A Tribuna
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo e, nas Américas, é o segundo mais depressivo. A ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros, e a depressão, dizem os especialistas, é a nova pandemia.
Saúde mental ganha cada vez mais destaque na vida das pessoas. No cenário corporativo, isso não pode ser diferente. Empresas comprometidas com o bem-estar dos colaboradores têm, comprovadamente, além de equipes mais saudáveis, resultados práticos, como maior produtividade.
Em breve não haverá espaço no mercado para organizações que objetivam apenas o lucro, sem se importarem no caminho que se percorre até chegar a ele. Empresas precisam de pessoas, e pessoas precisam ter saúde, para que possam produzir. Além disso, a sociedade está cada vez mais atenta ao conceito de responsabilidade social nas empresas e busca consumir produtos e serviços de quem a pratica.
Uma tendência ligada a essa ideia e que o mundo corporativo precisa acompanhar está relacionada ao conceito ESG, sigla que, traduzida, significa Ambiental, Social e Governança. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), ela representa as ações que devem ser desenvolvidas para solucionar questões envolvendo essas três áreas. A ideia, com isso, é mostrar para as empresas que “ganha quem se importa”.
E o que é se importar, no cenário organizacional? Existem muitas formas de as empresas se importarem com seus funcionários, entre as quais estão garantir um ambiente de trabalho seguro e inclusivo, proporcionar condições adequadas para o desempenho das funções, fomentar o desenvolvimento das pessoas e remunerá-las bem e em dia. Mas vai muito além disso! Em um contexto de aumento significativo dos casos de transtornos mentais, importar-se com o trabalhador significa, também, fazer parte das jornadas dele, assim como ele faz parte da história da empresa.
A saúde mental das pessoas é resultado das vivências que elas têm nos diversos meios que frequentam. O convívio em família e o ambiente profissional têm uma influência grande sobre a sanidade mental e emocional. Não adianta idealizar um mundo onde, a partir do momento em que o funcionário entra no trabalho, ele deixa lá fora as outras preocupações. Isso não existe, nem com os melhores profissionais.
O “profissional exemplar” também fica estressado, quando, por exemplo, descobre que vai ser pai. A “funcionária do mês” sente medo de ser recriminada quando conta para o chefe que vai ser mãe. E quais são as consequências? Colaboradores que, geralmente, não conseguem se dedicar 100% e produzir da melhor forma, a menos que as empresas escolham adotar postura acolhedora, embarquem nessas jornadas com eles e transformem, assim, o medo em bem-estar, reconhecimento, gratidão, engajamento e resultado.
As empresas precisam se adaptar a essa concepção e se movimentar rumo à humanização das relações profissionais, criar proximidade e ter empatia.
Monique Duarte Martins é engenheira de Projetos e Planejamento e cofundadora de programa de bem-estar nas empresas
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