Cirurgia plástica transforma vidas além da estética
Leitores do Jornal A Tribuna
No próximo dia 7 celebramos o Dia do Cirurgião Plástico, a data que foi instituída pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem como referência a data de fundação da instituição que em 2020 celebra 72 anos. O momento nos permite refletir sobre o papel valioso dessa especialidade na Medicina e sua função transformadora na vida dos pacientes que atendemos.
Muito além da estética, que também possui uma função relevante na autoestima e bem-estar do paciente, é preciso ressaltar a função social das cirurgias reparadoras performadas por cirurgiões plásticos na correção de deformidades ou má-formações congênitas ou adquiridas, por exemplo.
A correção de lábio leporino e fenda palatina, que é a formação incompleta do lábio superior ou do teto da boca e de alta incidência no Brasil (1 a cada 650 bebês nascem com a fissura), é fundamental para garantir a qualidade de vida das crianças que nasceram com a má-formação, contribuindo para melhorar a capacidade do pequeno paciente de falar, comer, ouvir e até respirar.
Em 2020, o cuidado e acompanhamento de pacientes vítimas de queimaduras se tornou ainda mais relevante em função da pandemia. O uso de álcool de maneira indiscriminada levou ao aumento de 30% dos acidentes com queimaduras, segundo dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ).
Considerando a complexidade e a diversidade das sequelas, o cirurgião atua com equipe multidisciplinar para devolver ou preservar os membros que foram queimados e contribuir para melhorar a aparência das cicatrizes.
Ainda na esteira das cirurgias reparadoras, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que entre 20 e 50 milhões de pessoas sofrem lesões não-fatais por ano no trânsito, a maior parte delas são crianças e jovens. Individualmente, o trabalho de reparação das sequelas contribui para a superação do trauma e o restabelecimento da vida do paciente. Trabalho essencial disponibilizado a toda a sociedade por meio dos atendimentos de cirurgiões plásticos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Esse papel social de reparação e correção começou no século XX, durante a 1ª Guerra Mundial. A atuação do médico Sir Harold Delf Gillies no tratamento de lesões faciais dos soldados deu o pontapé para a cirurgia plástica e reconstrutiva moderna. Entre os anos de 1917 e 1923, Gillies e sua equipe operaram mais de cinco mil pacientes, experiência que resultou em acervo riquíssimo de estudo sobre correção de mutilações e deformidades congênitas que permitiram o desenvolvimento da especialidade.
Após essas reflexões sobre o papel social e transformador da cirurgia plástica, aproveito a data para prestar as devidas homenagens a todos os colegas de profissão que atuam na promoção da qualidade de vida, saúde e bem-estar da população.
ARIOSTO SANTOS é presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Estado.
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