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TRIBUNA LIVRE

Cidades vazias são oportunidade de pensar em nova mobilidade

| 29/04/2020, 09:45 h | Atualizado em 29/04/2020, 09:47
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


Cidades sempre trazem oportunidades que atraem mais moradores e motivam sua expansão. Apesar de estudiosos, há décadas, preverem o esvaziamento das ruas em virtude do telefone, da internet, das videoconferências ou da realidade virtual, metrópoles e encontros presenciais continuam crescendo.

Nas últimas semanas esse conceito parece ter sido colocado à prova. Grandes cidades, densas, interativas e conectadas parecem ser o campo perfeito para a rápida disseminação de epidemias ou pandemias como a Covid-19.

Devemos enfrentar, por aqui, um caso desafiador em virtude, não apenas das dificuldades de atendimento do sistema de saúde, mas da própria configuração urbana das nossas cidades.

Grande parte da população utiliza as redes de transporte coletivo, uma solução encontrada em cidades onde há escala suficiente de passageiros para viabilizar tais modais. No transporte de massa o contato humano próximo é maior e as epidemias certamente se alastram rápido.

Mesmo que a atividade econômica retorne ao normal, o transporte coletivo levará mais tempo para se recuperar, pois ônibus muito cheios, devido à facilidade de contaminação, serão rejeitados por passageiros que tiverem outra opção de deslocamento. Reduzindo a base de usuários, reduz recursos de investimento e romper esse ciclo será muito difícil. Outra preocupação é que muitos irão voltar a optar pelo carro particular.

É neste contexto que se dá a importância da rápida resposta da gestão urbana municipal. É o momento certo para grandes mudanças e repensar o futuro. O distanciamento social traz custos, mas benefícios à mobilidade urbana, pois, depois desse período, certamente muita coisa vai mudar.

Podemos e devemos voltar de um jeito diferente, uma vez que cidades mais vazias têm gerado frutos como redução de acidentes, diminuição da poluição, redirecionamento de atividades profissionais causando menos impacto na circulação metropolitana e mitigando movimentos pendulares. Viabilização de home office/teletrabalho é outra vantagem que pode ser avaliada e implementada.

Neste momento de cidades vazias, devemos aproveitar para fazer pequenas intervenções como implantar faixas de ônibus exclusivas, processo barato e fácil de fazer, colocando nas ruas as equipes de sinalização para que no momento oportuno os ônibus voltem com desempenho melhor.
Hora, também, de privilegiar a mobilidade ativa, criando ciclovias e calçadas com a mesma qualidade de pavimentação dedicada ao asfalto para os automóveis.

Lembramos que todo tipo de transporte tem um custo específico. Ônibus, barcas, bicicletas, automóveis e calçadas geram custos que precisam ser precificados e consolidados para que a sociedade tenha conhecimento do que está realmente financiando.

Evidenciou-se com a calamidade que, quando existem determinação e vontade políticas, o dinheiro acaba aparecendo. Então, mãos à obra, cidades podem até parecer fracassar diante de uma pandemia como a que estamos vivendo, mas não há dúvida de que elas também nos trarão as melhores alternativas para superá-la.

Fernando Repinaldo é especialista em Administração Pública, Gestão de Projetos e Engenharia de Tráfego.

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