O consórcio consiste em um meio de compra coletiva, onde um grupo é formado por meio de uma administradora de consórcios, para adquirir um bem ou serviço – imóvel ou veículo, por exemplo – de forma programada e sem pagar juros. Impulsionado por uma mudança de comportamento dos consumidores em meio à pandemia, o setor de consórcios teve forte aumento nas vendas neste ano.

De acordo com a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac), em setembro de 2020, foram comercializadas 358 mil novas cotas, trata-se do maior volume mensal dos últimos 15 anos.
A instituição informa que, no acumulado dos nove primeiros meses, foram comercializados R$ 114,31 bilhões em novas cotas – o que significa 18,6% a mais em comparação ao mesmo período de 2019.

Por se tratar de um investimento seguro, fiscalizado pelo Banco Central e regulado pela lei dos consórcios nº 11.795/08, a modalidade atraiu não só aqueles que desejam ter a casa própria ou adquirir um outro bem ou serviço, mas também despertou interesse daqueles que buscam investimento mais seguro, sem o risco das incertezas do mercado em meio ao cenário atual.

Entre as modalidades de consórcio disponíveis no mercado, o consórcio de imóveis se destacou como o mais procurado, pois com ele é possível comprar um imóvel, construir, reformar ou até quitar o saldo devedor de um financiamento bancário já existente.

Com uma taxa de administração que pode ser até sete vezes mais barata que um financiamento bancário e somada à flexibilidade que o consórcio oferece em seu leque de produtos e serviços, o setor já prevê um crescimento acima de 10% para 2021, acompanhado principalmente pelo avanço da construção civil e a retomada das vendas de veículos.

No consórcio também existe a possibilidade de deixar o valor contemplado aplicado e pegar esse valor em dinheiro com uma correção bem acima de outras modalidades. Isso tem aguçado investidores que não querem deixar o dinheiro aplicado em poupança ou investimentos de renda fixa que historicamente pagam menores juros.

Para aqueles que pretendem adquirir um bem de forma planejada sem se descapitalizar de uma grande quantia em dinheiro, o consórcio pode ser uma excelente opção, pois, ao optar pela modalidade, o consorciado assume apenas parcelas mensais que no momento da contemplação se transformam em um enorme potencial de compra e investimento.

Atualmente, o Brasil já possui mais de 7 milhões de consorciados ativos e mais de 253 bilhões de ativos administrados. Além disso, a participação do Sistema de Consórcios foi de 7,3% sobre o PIB do 1º semestre de 2020.

Criado no Brasil na década de 1960, o consórcio se consolidou não só entre os consumidores, mas também se tornou de extrema importância para economia brasileira, estimulando o crescimento de setores como o da indústria, de comércio e serviços.

VINICIUS SANTOS é especialista em consórcios.