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TRIBUNA LIVRE

Aprender a incerteza

Cristiano Carvalho | 30/11/2021, 10:55 h | Atualizado em 30/11/2021, 10:56
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna


Tudo planejado para a festa de formatura, a viagem dos sonhos, a reunião de apresentação do produto. E eis que o planeta precisa rever seus planos. Uma das lições da pandemia para a humanidade é a da incerteza. Essa aprendizagem não é nova: é inerente ao ser humano. 

Já na virada do século, quando o filósofo Edgar Morin sistematizou para a Unesco “Os Sete Saberes Necessários para a Educação do Futuro”, o capítulo sobre enfrentar as incertezas já alertava que “o conhecimento é a navegação em um oceano de incertezas, entre arquipélagos de certezas.” 

Como educadores e pais podem ajudar crianças e jovens a navegarem por esse oceano? Há muitas formas de responder a essa questão. Vou focar em três. A primeira é a crítica. Como é o acolhimento neste processo? Se algo não dá certo, educadores e pais expressam empatia ou crítica? Nossa reação ao inesperado pode libertar ou aprisionar. O pior é que muitos dos que possuem aversão ao erro, esperam que um jovem se torne empreendedor na vida adulta. Como, se ele não pode errar? Lidar com o erro com uma mentalidade de crescimento, construindo com nossos filhos e alunos caminhos concretos para a resolução de problemas, os tornará mais resilientes e empreendedores.

Outra questão crucial é o elogio. No oposto da crítica, há excesso na demonstração de afetos e incentivos que têm contribuído para o que está sendo chamado de égide “elogiocêntrica”. Valoriza-se o resultado, qualquer que seja, a inteligência (não o esforço) e com isso crianças e adolescentes, por insegurança ou medo da rejeição, buscam por objetivos mais facilmente alcançáveis. Por outro lado, se valorizarmos o esforço em oposição às características supostamente inatas, os ajudamos a romper limites do conhecimento e expandir relações, promovendo maior aprendizagem e tolerância ao risco inerente à vida.

Por último, precisamos conhecer o que o psicólogo Howard Gardner denominou de “Geração App”. Segundo ele, a geração nascida em um mundo dominado por aplicativos tem aversão ao risco. A “mentalidade app” induz os jovens a acreditarem que tudo pode ser customizado para atender seus desejos. Um enorme desafio para professores e pais, também inseridos no mundo dos aplicativos. Na escola ou em casa, cultivamos a curiosidade e habilidades de busca ou partimos direto para o Google? Para o educador Rubem Alves, “educação começa com fome”. É a curiosidade que gera a fome de aprender, e ela vem repleta de incertezas, pois é geradora de indagações.

Voltando a 2021 e além, está claro que vivemos em um mundo mais incerto do que nunca e sob transformações inéditas. Quando as famílias renovam seus laços com instituições de ensino, buscar escolas com metodologia de projetos pode ser uma boa opção. Nelas, risco e erro são ferramentas para o desenvolvimento, a curiosidade é permanentemente fomentada e, mais do que responder a questões pré-determinadas, o aluno precisa gerar perguntas capazes de promover inovações com potencial de criar avanços. Isso não é novidade para a humanidade. 

As dúvidas e incertezas sempre nos levaram para novas fronteiras do conhecimento.

CRISTIANO CARVALHO é  diretor-geral da Escola Americana de Vitória.

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