Ansiedade financeira
Artigo da coluna Tribuna Livre, do Jornal A Tribuna
A ansiedade financeira é a sensação de preocupação, medo ou desconforto relacionados às finanças. Esse sentimento pode estar relacionado às dificuldades em lidar com as contas ou às frustrações do dia a dia em situações que envolvem o dinheiro. Conhecer as causas é o primeiro caminho para não viver em crises. Muitas pessoas evitam administrar as finanças, se esquivando de analisar o seu verdadeiro cenário financeiro.
Se falar em dinheiro já é um tabu, preocupar-se com a falta dele ou com os problemas decorrentes disso pode criar uma série de sintomas clássicos da ansiedade, tais como insônia, pânico, estresse, entre outros.
Outra causa da ansiedade financeira também pode ser pelo excesso de controle. Organização e planejamento são os pilares para manter a saúde financeira em dia, mas controlar demais as rotinas também pode desencadear sensações de desespero por acreditar que algo não está completo, ou sobre a proximidade de pagamento de conta previsto. No entanto, tais atitudes só pioram a situação, causando ainda mais ansiedade.
A recente pandemia que o mundo atravessou e o período pós-pandemia que ainda se enfrenta contribuem e continuam contribuindo para que pessoas “saudáveis” tivessem ou tenham grandes crises de ansiedade causadas pelo desemprego e pela falta de condições de honrar com as suas contas.
Crescimento da inflação, escassez de produtos e preços acima do normal reduziram consideravelmente o poder de compra do cidadão, e com consequências que afetaram a vida de muitas famílias. Se as causas da ansiedade não forem identificadas ou se as crises se estenderem por um longo período sem o devido tratamento, corre-se o risco de agravar ainda mais os casos, principalmente se a pessoa não tiver a ajuda ou o suporte necessário, tornando-se potencialmente perigoso o seu não tratamento.
Aprender a lidar com as emoções já é um conselho para que se tenha qualidade de vida, e é um conselho que também deve ser seguido à risca quando o assunto é dinheiro. Não há como manter um nível elevado de preocupações, mas também não é recomendado abandonar de vez os problemas e acumular as dívidas ou acreditar que não há solução.
Há um grande risco de tornar um simples atraso em uma imensa luta para equilibrar as contas. Mas, na prática, existem soluções que podem evitar o agravamento dos problemas financeiros ou grandes crises.
A primeira delas é ter as contas em dia. Para isso é necessário que os gastos e as receitas sejam compatíveis com a realidade de vida pessoal. Deve-se evitar criar despesas acima do poder de compra. Para quem está muito endividado é importante relacionar todas as dívidas e começar a estabelecer prioridades.
Pensar em novas fontes de renda, reduzir os custos, mudar a rotina de gastos, fatiar os problemas. Ter clareza de toda a situação. E por fim, deve-se buscar o apoio de profissionais que possam ajudar a enfrentar os problemas e criar soluções de acordo com a realidade de vida, preservando a saúde mental e financeira.
