Agosto dourado é o mês do aleitamento materno
Leitores do Jornal A Tribuna
Em agosto, foi comemorado, entre os dias 1º e 7, a Semana do Aleitamento Materno. Essa semana foi criada há 23 anos, em 1997. Seus primórdios aconteceram em um encontro, no início da década de 1990, da Organização Mundial de Saúde (OMS) com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no qual diversos compromissos foram assumidos pelos países participantes após a assinatura do documento “Declaração de Innocenti”.
Muitos anos se passaram e o pacto para difundir as benesses do aleitamento materno só aumenta. Por isso, com o objetivo de ampliar a campanha, no ano de 2017, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou a campanha “Agosto dourado”, cor alusiva ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
Esta por sua vez amplia durante todo o mês de agosto as discussões e ações que buscam promover e informar toda a população sobre os benefícios do ato de amamentar.
Até os seis meses de idade do bebê, o aleitamento deve ser a fonte exclusiva de alimentação.
Dessa forma, a criança tem menos chances de desenvolver doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, infecções respiratórias, além de terem chances de menor mortalidade durante a primeira infância.
O aleitamento materno diminui o risco de desenvolver alergias, colesterol alto, e contribui para o desenvolvimento da cavidade bucal da criança. Dos seis meses aos 2 anos, deve ser feita a introdução de novos alimentos, junto com a amamentação em livre demanda.
Outro ponto positivo que devemos ressaltar é que, durante o ato de amamentar, ocorre uma interação muito profunda entre mãe e filho. Esse contato íntimo de pele a pele e olhos nos olhos é capaz de proporcionar uma intensa satisfação que abranda e supre o vazio e a ruptura proporcionada pelo parto.
Assim, mesmo durante a pandemia, a amamentação não deve ser interrompida, mesmo que a mãe esteja contaminada com o coronavírus. Não há contraindicação para a amamentação. Os benefícios do leite materno são muito maiores do que o risco de infecção. Principalmente o colostro, o primeiro leite, tem muitas imunoglobulinas, que são responsáveis pela defesa das crianças.
Somadas às propriedades imunológicas, o leite materno tem nutrientes que o bebê precisa nos seis primeiros meses de vida, como proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas (A, B12, D, E, K e C), piridoxina, cálcio, fósforo, ferro, zinco, água, sódio, cloro, potássio, folato, riboflavina e tiamina.
Sempre é bom destacar que as mães, ao amamentarem durante a pandemia, devem manter os cuidados, como o uso de máscara e a lavagem correta das mãos. As mamães que amamentam também podem ajudar bebês que precisam de doações de leite materno. É seguro fazer a doação durante a pandemia, uma vez que todo o leite coletado nos bancos é pasteurizado.
De acordo com o Ministério da Saúde, um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso do prematuro, 1 ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez em que ele for alimentado.
Karin Rossi é ginecologista
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