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TRIBUNA LIVRE

A violência e a sua saúde mental

Segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde consolidados antes da pandemia, ocorreram 45.503 homicídios no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 21,7 mortes por 100 mil habitantes

Úrsula Ribeiro | 04/12/2021, 09:42 h | Atualizado em 04/12/2021, 09:43
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Situando esse valor em um quadro de crescimento dos homicídios de 1979 a 2017, o número é inferior ao encontrado para todos os anos desde 1995. Contudo, a queda no número de homicídios observada entre 2018 e 2019 de 22,1%, segundo os registros oficiais do SIM/MS, deve ser vista com grande cautela em função da deterioração na qualidade dos registros oficiais.

Os dados publicados pelo “Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020”, que tem como fonte os boletins de ocorrência produzidos pelas Polícias Civis, indicam 47.742 mortes violentas intencionais no ano de 2019, valor 5% superior ao registrado pelo sistema do Ministério da Saúde.

A violência interpessoal impera, especialmente contra mulheres, negros, homossexuais, deficientes físicos, idosos e índios. Nas famílias, a negligência e o abuso de toda espécie contra esposas e crianças é praticamente a norma em determinadas regiões do País. 

Tal violência é capaz de modificar a memória, de modo que esta não se renova, permanece insistente e paralisante, impactada pelo evento ameaçador e que provocou a paralisia da existência.

Assim, o indivíduo que experimenta uma situação traumática pode ter sua saúde mental afetada, vindo a desenvolver transtornos mentais como o Transtorno de Estresse Agudo e o Transtorno de Estresse Pós-traumático. Historicamente essas doenças estavam associadas apenas aos sobreviventes de guerra, mas atualmente o conceito é mais amplo. 

A emoção que se torna disfuncional é a ansiedade. Ela é útil enquanto uma emoção normal e nos permite uma adaptação saudável diante das situações que podem se apresentar.

 Contudo, ela é um problema ao se tornar uma emoção exagerada e que impede uma adaptação adequada diante dos eventos. Quando crônica e mal adaptada a ansiedade torna-se o estresse e o individuo pode apresentar vários sintomas físicos e psicológicos.

É bem verdade que nem toda pessoa exposta à uma situação de violência irá necessariamente adoecer. 

Cada indivíduo apresenta uma resiliência distinta que vai determinar sua capacidade de retomar algum tipo de desenvolvimento, apesar de traumas ou circunstâncias adversas, superando a situação estressora. 

São fatores que melhoram nossa resiliência: otimismo, habilidade social, capacidade de aceitar ajuda, ter um propósito de vida, valores morais e espiritualidade. 

Mesmo quem não vivencia uma situação de violência, mas acuado em casa se percebe ameaçado, pode ser afetado pelo estresse. Manter um bom padrão de sono e alimentação, praticar atividade física regularmente e lembrar que nos cabe lidar apenas com o que acontece no presente momento são estratégias para o enfrentamento do estresse de maneira geral, em especial em dias difíceis como os que se apresentam.

VALBER DIAS PINTO é médico psiquiatra e professor de psiquiatria da UVV.

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