A prática de um olhar mais bondoso para a nossa história
Artigo publicado na coluna Tribuna Livre, do Jornal A Tribuna
Leitores do Jornal A Tribuna
Depois da temporada de férias em janeiro e do fim da folia de Carnaval, podemos dizer finalmente que o ano de 2023 começou. E com ele a oportunidade de preencher novas páginas em branco desse livro chamado vida. Para muitos, é a hora de arregaçar as mangas e traçar novos objetivos e metas, revisitar os sucessos e fracassos do ano que passou e recalibrar corpo e mente para os meses que estão por vir.
Porém, para alguns, a “virada de ano” pode ter sido um momento frustrante, uma vez que nem tudo foi tão perfeito como planejado.
Vivemos em uma sociedade altamente conectada, na qual a rotina, os hábitos e as conquistas de outras pessoas estão ao nosso alcance facilmente, na palma da mão através da tela do celular.
As redes sociais, embora bastante úteis para manter a conexão com aqueles que estão longe, também acabaram por deturpar a noção do que é ideal ou realista para uma vida feliz.
Passamos a nos medir com a régua do outro. Por vezes queremos que nossa grama seja tão verde quanto aquelas de quem seguimos.
Entretanto, é importante ressaltar que nas redes sociais tudo é edição. Há filtros para embelezar rostos e corpos, textos são escritos meticulosamente para aquele conteúdo – que na maioria das vezes é feito por um profissional da área – e tudo o que é mostrado é escolhido.
As pessoas recortam trechos da vida e publicam somente o que querem que seja visto. Isso porque a vida não é “instagramável”. A vida real tem capítulos que não são “bonitos” para serem publicados.
Ao invés de listas com objetivos irrealistas e pautados na vida de terceiros, seria interessante que nesse início de ano possamos fazer um balanço do que alcançamos e trabalharmos a nossa capacidade de nos perdoar. Precisamos ser mais resilientes, alargando nossas possibilidades de perdão: para nós mesmos e para os outros.
Trabalhar a resiliência nos oferece a possibilidade de termos condições de entender e mudar a rota quando não chegamos a um resultado esperado; conseguimos superar as adversidades e sair fortalecidos dessas situações.
Um bom exercício para 2023, que ainda está no começo, é praticar um olhar mais bondoso em relação à nossa vida e à nossa história.
Cada um de nós sabe quais batalhas travamos todos os dias, quais obstáculos tivemos que superar, quais são as nossas fraquezas e pontos fortes.
É preciso acabar com a necessidade de parecer sempre o melhor, o vencedor. Olhar apenas para os nossos fracassos nos impossibilita enxergar nossas vitórias. E é importante valorizá-las, mesmo que elas sejam pequenas e insignificantes aos olhos dos outros.
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Tribuna Livre,por Leitores do Jornal A Tribuna